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Gaúcho radicado em Cascavel, Evandro Rogério Roman já percebeu que terá muita dificuldade para gerir o esporte no Paraná | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Gaúcho radicado em Cascavel, Evandro Rogério Roman já percebeu que terá muita dificuldade para gerir o esporte no Paraná| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Estratégia

Saúde ganha força no discurso

Um dos focos da secretaria de esportes estará além das competições. "É o esporte para todos, comunitário, social", define o secretário Evandro Rogério Roman. A preocupação é buscar melhor qualidade de vida promovendo a prática esportiva de forma orientada.

Alguns projetos serão desenvolvidos com base em pesquisas acadêmicas. "Um dos grandes problemas é a obesidade infantil. Estudos mostram que crianças obesas podem viver até 27 anos a menos. Nossa intenção é envolver a escola e a família para além da atividade corrigir a alimentação e assim termos uma geração mais saudável", explica. "Existem várias outras doenças como diabetes, hipertensão, que matam aos poucos, merecem atenção e podem ser minimizadas com as atividades físicas", acrescenta.

"Oferecer novos espaços para a prática de exercícios, como as academias ao ar livre, que se tornaram um sucesso, é uma das intenções", disse Rudimar Fedrigo. O ex-secretário municipal de esportes foi indicado pelo governo e é oficialmente confirmado para compor o organograma da pasta estadual como um dos diretores. Ele estaria cotado para comandar a transição, durante os próximos 90 dias, entre a Paraná Esporte e a nova secretaria.

O anúncio da equipe completa é esperado para terça-feira. Nomes como o do radialista Fernando Gomes e do advogado e procurador geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Paulo Schimitt, foram comentados nos bastidores durante a primeira semana da nova gestão. Schimitt voltaria ao departamento jurídico, cargo já ocupado por ele na gestão anterior.

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Da função de árbitro ele pretende importar a capacidade de lidar com as pessoas, trabalhar sob pressão e de absorver as críticas. Do cur­­rículo como mestre e doutor em Educação Física viriam a ciência, a pesquisa e o planejamento. Evan­­dro Rogério Roman, 37 anos, sem vinculação partidária, planeja uma gestão técnica na Secretaria Especial de Esporte do Paraná.

Logo na primeira semana de tra­­balho à frente da pasta, o árbitro da Fifa já descobriu que a vida não será nada fácil dentro de um gabinete – talvez pior que ouvir xingamentos quando está com o apito.

"Quem trabalhava aqui fazia milagre. Nos­­sa estrutura é pequena. Temos 15 técnicos esportivos pelo estado. É impossível trabalhar assim. Pre­­cisamos aumentar esse quadro", conta.

Apesar da triste constatação de que sua área faz parte do baixo es­­calão político, ele já traçou algumas diretrizes. A concentração de esforços, diz o secretário, será na des­­coberta de talentos esportivos e criação de uma espécie de Olim­­pía­­da regional.

Mas um ponto chama mais a atenção na plataforma. "Outro ob­­jetivo é desenvolver modalidades individuais que são pouco trabalhadas nas escolas", antecipa.

Esgrima, tae kwon do, na­­tação, ciclismo, remo, canoagem, ginástica, atletismo, judô e tiro são algumas práticas com esse perfil e já com al­­gum polo de desenvolvi­­men­­­­to no estado (leia mais na página 3). Jogos Colegiais, Estu­­dantis e Aber­­­­tos, retomados pela administração anterior, devem ser mantidos em um primeiro momento.

Mas para materializar tudo isso, Roman precisará de habilidade para lidar com um orçamento vinculado. Se a autarquia da gestão Roberto Requião – Paraná Es­­porte – era atrelada à pasta da Edu­­cação, hoje (como Secretaria Especial) terá as finanças dependentes da Casa Civil e de outras secretarias.

"Posso garantir que o sucesso esportivo no Paraná passa pela união destas quatro áreas: Esporte, Educação, Saúde e Família e De­­sen­volvimento Social", prevê. "Se­­rão trabalhos conjuntos e as vaidades terão de ser dirimidas", alerta.

Sem o caixa definido e os integrantes do seu organograma ainda não nomeados, o novo secretário não pode antecipar muitas ações nos próximos 90 dias. "Te­­mos li­­berdade para traçar nossas metas. Mas quando forem definidas seremos cobrados por elas. Por isso te­­re­­mos muita cautela e a algumas mudanças serão colocadas em prática só em 2012", explica.

Sem nenhuma experiência na função, Roman se vê ‘na década do esporte’ no Brasil e até se arrisca a sonhar alto. "O país receberá uma série de competições e o esporte ga­­nha ainda mais importância", afirma. "As ações precisam ser a longo prazo. E não apenas até a Olim­­píada do Rio. Temos de apontar para 2020, focados em 2016".

A atmosfera de grandes eventos irá refletir nas estratégias adotadas pela entidade e que possam gerar resultados mesmo após os quatro anos de mandato. Buscar talentos e lapidá-los para estarem no auge de suas formas técnicas em 2016 é uma delas. Outra é criar, a partir de 2012, os Jogos de Alto Rendimento. O nome ainda é provisório, mas a intenção é promover esportes olímpicos.

A aprovação de uma Lei Mu­­ni­­cipal de Incentivo ao Esporte – instrumento já existente nas esferas federal e municipal – como forma de garantir nova fonte de verbas para projetos esportivos também está na pauta.

Já a presença de equipes de ponta e que disputem competições na­­cionais não terão apoio público. "Esporte profissional não é uma função do estado. Isso só seria possível com parcerias privadas", diz.

Roman, um gaúcho radicado em Cascavel, defende ainda a ne­­cessidade de mais profissionais para incrementar o esporte pelo interior. Para as cidades sem potencial esportivo, identifica a importância de uma ação emergencial.

Pelo cenário inicial, apitar parece mais fácil.

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