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Como até a lava adormecida do Monte Fuji sabia, Corinthians e Chelsea vão decidir o Mundial de Clubes, no domingo. Enquanto o Timão superou o Al Ahly prendendo a respiração até o apito do árbitro, os Blues liquidaram o Monterrey sem grande esforço. Os roteiros distintos da semifinal passam, inclusive, a sensação de que a diferença entre os dois finalistas é maior do que é na realidade. A forma como cada um se classificou diz muito mais respeito à forma de encarar o torneio do que à qualidade técnica.

O Corinthians atrelou tanto seus últimos meses ao Mundial que a simples ideia de nem chegar à final paralisou o time. Um estado que, paradoxalmente, só piorou com a marcação do primeiro gol. E passou a sensação de que o time correu enormes riscos de ser eliminado pelos egípcios. Exceto um lance, não houve perigo real de empate. O Chelsea jogou contra o Monterrey com o mesmo espírito da partida contra o Sunderland, sábado passado, pela Premier League. Levou a partida a sério, buscou a vitória e fez o necessário para consquistá-la. Se não funcionasse, o mundo não acabaria ali.

Para domingo, naturalmente os dois times se aproximam. O peso do fracasso é bem menor sobre os ombros do Corinthians. Para o Chelsea, o fato de o jogo valer uma taça cria uma responsabilidade especial. Psicologicamente, a final começa empatada.

Há alguns aspectos táticos e técnicos que podem puxar a partida para esse ou aquele lado. O Corinthians não pode jogar com Danilo e Douglas contra um meio de campo rápido, que ocupa os espaços com agilidade e inteligência. Burrito Martínez pode dar a mesma qualidade de criação, porém com mais velocidade. E há a opção de Romarinho ou Jorge Henrique aberto por um lado, com Emerson pelo outro. Estratégia ofensiva, mas também defensiva, para deter os meias abertos do Chelsea.

Rafa Benítez causou alguma surpresa na semifinal ao escalar David Luiz como volante (ele já fez várias vezes essa função na equipe) e deixar Ramires no banco. Manteve Mikel também à frente da zaga e deixou o trio Mata, Oscar e Hazard encarregado de levar a bola até Fernando Torres. É um desenho similar ao do Corinthians, porém com muito mais velocidade e difícil de marcar. Na final, é provável o recuo de David Luiz, com Ivanovic indo para a direita e Ramires entrando no meio. Moses também pode ganhar a posição de Oscar, com o time passando a adotar duas linhas de quatro.

Dois meios de campo rechea­dos de jogadores que sabem marcar e têm poder de criação e finalização. O jogo será decidido ali. Quem tiver mais capacidade de flutuar entre esse setor e o ataque e aproveitar as prováveis poucas chances de gol ficará com a taça.

Paradinha

A coluna sai de férias. Volto a este espaço dia 15 de janeiro. Obrigado pela companhia em 2012 e um grande 2013 a todos.

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