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Medalha de ouro perdida, fora Mano; vitória sobre a frágil Suécia, fica Mano. Esse é o grande engano do futebol brasileiro, tanto por parte dos dirigentes quanto da mídia, que se baseiam em resultados para a formação de juízo de valor sobre o trabalho dos profissionais.

Mano nem foi o vilão na final da Olimpíada, afinal, a seleção tomou o primeiro gol aos 30 segundos e os jogadores tiveram o tempo inteiro para virar o placar, não demonstrando preparo psicológico e muito menos técnico para a realização do feito, nem o herói na goleada sobre a fraquíssima seleção sueca. Aliás, esse negócio de treinador é muito curioso, pois, em todas as Copas que o Brasil voltou campeão, os responsáveis pela organização da equipe saíram daqui cobertos pelo manto da desconfiança geral.

Ninguém apostava um tostão furado em Vicente Feola antes da conquista de 1958 tanto quanto foram contestados os critérios de Aymoré Moreira na campanha do bi; da mesma forma com Za­­gallo, praticamente em começo de carreira – havia iniciado como técnico na base do Botafogo quatro anos antes – e pegou o time formado por João Saldanha; Parreira assumiu o cargo por eliminação e um forte lobby pessoal, até voltar valorizado com o tetra em 1994; e Felipão foi a derradeira opção da CBF quando a seleção se encontrava na bacia das almas, com a classificação ameaçada para a Copa da Ásia, mas voltou consagrado com o penta.

Quem decidiu mesmo foram os craques fora de série que, hoje em dia, faltam ao futebol brasileiro. O exagerado endeusamento de Neymar representa um equívoco, pois ele desapareceu de campo em três momentos decisivos recentes: final com o Barcelona no Mundial de Clubes, semifinais com o Corinthians pela Libertadores e final com o México na Olimpíada. Neymar tem grande potencial, mas anda perdendo tempo em continuar jogando no país, iludindo-se com rosários de gols em cima de Barueri, Mogi Mirim e outros, badalado por uma mídia generosa que fecha os olhos para os seus apagões em campo.

Os jogadores deveriam ser cobrados na mesma medida que os técnicos. O maior exemplo local é Marcelo Oliveira, agora contestado no Coritiba. Logo ele que operou prodígios nas últimas temporadas com um elenco reconhecidamente limitado. Tivesse a diretoria contratado um goleador – tipo Liedson, Borges ou Rafael Moura, que estavam de saída dos seus clubes – a história da Copa do Brasil seria outra. Poderia ser um investimento caro, mas a vaga na Libertadores compensaria qualquer sacrifício.

E o que dizer do Atlético, que fica mudando de técnico de dois em dois meses e acumulando erros na excessiva contratação de jogadores. No ano passado foram seis treinadores e, nesta temporada, o clube parte para o quarto comandante em oito meses, com direito a bis do singelo e bem-intencionado Ricardo Drubscky.

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