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Michel Laub é atração nesta quarta. Veja quem vem depois: | Divulgação/Nume Comunicação
Michel Laub é atração nesta quarta. Veja quem vem depois:| Foto: Divulgação/Nume Comunicação

Paranavaí – É de uma sala improvisada dentro do Estádio Waldemiro Vágner, transformada em vestiário de árbitros nos dias de jogos, que o técnico Amauri Knevitz arma a estratégia da grande sensação do Campeonato Paranaense. Basta um empate no próximo domingo contra o Coritiba, no Couto Pereira, para o Paranavaí chegar à segunda decisão estadual da sua história.

Para Amauri, o feito teria sabor especial. Há 22 anos, ele conquistou pelo Atlético o último título estadual do clube na antiga Baixada. Agora, aos 48 anos, tem a chance de dar um novo impulso à sua carreira, que teve como ponto alto o título dos módulos Verde e Branco da Copa João Havelange, em 2000, pelo Malutrom (hoje J. Malucelli).

Ontem, o treinador recebeu a reportagem da Gazeta do Povo no seu quartel-general. Entre um cumprimento e outro pela vitória de domingo, que quebrou uma invencibilidade de 15 jogos do Coritiba, Knevitz falou sobre os segredos do Vermelhinho, seus planos para o futuro e dividiu o mérito pela campanha surpreendente, sem derrotas para os grandes, com o elenco: "Se não tiver limão, não faz limonada."

Qual o principal segredo do ACP para chegar à semifinal? Quais as armas do time para derrubar o favoritismo do Coritiba e confirmar a classificação no próximo domingo, dentro do Couto Pereira?

O grupo entendeu o que a gente propôs. Tenho os jogadores que se encaixaram na minha visão de futebol. Não é falsa modéstia. Já fui jogador e sei que o treinador ajuda. Mas se você não tiver limão, não faz limonada. O mais importante é a qualidade dos jogadores que nós temos. Quando você está lá quietinho, ninguém dá bola. Mas nós nos expusemos e agora temos de confirmar tudo o que foi feito, o porquê de estarmos entre os quatro. Nunca mudo o jeito de jogar da equipe, pode ser o Coritiba ou o qualquer time que não classificou na primeira fase.

Mesmo após a vitória no primeiro jogo, o ACP segue como franco-atirador na disputa com o Coxa?

O favorito é o Coritiba, claro que é. É um clube maior contra um time menor. Sabemos que é muito difícil. Ganhamos aqui, mas teremos de confirmar lá (em Curitiba). O Coritiba é favorito pelo simples fato de ser o Coritiba contra o ACP. Mas a gente pode assustar. Time do interior joga pela vida.

O que você mais destacaria no time?

Temos um grupo de boa qualidade. Olhando pelo lado espiritual, Deus tem abençoado. E olhando pelo lado profissional, não tem como não fugir de uma resposta corriqueira: o grupo se fechou. Às vezes ali do banco é uma luta danada para fazer esse time parar, não se expor.

Uma das principais marcas do time tem sido o grande número de amarelos e vermelhos. Não teme que sua equipe fique com a fama de indisciplinada ou violenta?

Não. Meu time não é violento nem indisciplinado. Os cartões amarelos são normais. É impossível jogar futebol hoje sem levar cartão. Os vermelhos, em sua grande maioria, são originados por causa de um excesso de rigor dos árbitros. Por jogada violenta? Poucos, bem poucos.

O Paranavaí ainda não perdeu para os times da capital. Você faz algum trabalho especial de motivação para enfrentar os grandes? Existe a idéia de que jogar bem contra Atlético, Coritiba e Paraná pode abrir portas para eles?

Uso tudo o que for possível. É uma motivação natural jogar contra esses times. O jogador do time grande tem a técnica, mas eu, com a minha força, neutralizo a técnica. Hoje no ACP eu tenho um time de boa técnica e com força. Em cima disso, vem a chance de se mostrar contra o grande. Aí é uma questão tua, de vestiário. É o jogo da vida, tem de ser, tem que ser... Tu tens de mostrar o que tu sabes. Quando você chegou, o ACP já tinha um elenco formado por outro treinador, o Ivo Secchi. Foi difícil o processo de montagem de uma equipe que você não pediu para ser contratada?

O processo foi bacana. Eu cheguei aqui no dia 9 de dezembro, uma semana depois que começou o trabalho. O Ivo fez algumas contratações, um ou outro foi embora, mas eu não dispensei ninguém. Tenho contato direto com o Ivo por telefone. Sei que ele está torcendo por isso aqui também.

Depois dos trabalhos no Malutrom e em Santa Catarina, você ficou um pouco fora da mídia no Paraná. Como foi o seu trabalho nesse período? O que te fez voltar ao futebol paranaense?

Eu estive em Santa Catarina (Figueirense, Chapecoense e Lages), estive no Maranhão (Sampaio Corrêa), no Nacional de Manaus e daí voltei para casa, para o Sul. Queria ficar perto da família. Em 2006 trabalhei no time do Assis, irmão do Ronaldinho, o Porto Alegre, e no Aymoré. Agora estou de volta ao futebol paranaense, onde me sinto em casa.

O que está representando para a sua carreira chegar à semifinal com o Paranavaí?

É o que eu digo para os jogadores: precisamos de resultado. Sei que profissionalmente dei um salto grande. O Paranavaí é só um tempo, a tendência é ir para um time melhor.

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