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Las Vegas - Ele é parecido com os lutadores que lidera: forte, careca, um estilo despojado. É assediado pelos fãs como os valentões do ringue. Mas não é fera em muay thai, nem no jiu-jítsu e muito menos em boxe. Dana White é um peso pesado dos negócios. Ele é o presidente do Ultimate Fighting Championship (UFC).

Sua especialidade é vender lutas. Emparceirar não necessariamente os dois melhores atletas tecnicamente, mas sim os ídolos, a rivalidade, o combate dos sonhos dos fãs. E assim fazer funcionar seu milionário negócio.

Criado em 1993, o evento foi comprado em 2001 pela Zuffa LCC, empresa criada por ele e por seu sócio Lorenzo Fetritta. Aos poucos a competição cresceu e tornou-se a Meca dos lutadores, por opção ou pelo fato de a compra de outros torneios ter forçado a migração. Caso, por exemplo, do curitibano Wanderlei Silva, que tinha contrato com o campeonato japonês Pride, adquirido pelo UFC. A recente falência de competições como o EliteXC e o IFL só reforçou a supremacia do Ultimate. Os melhores da luta têm suas carreiras ditadas por Dana White.

O MMA (multi martial arts, a nova denominação do vale-tudo) é tão importante para o empresário que ele imaginava que Wanderlei Silva era uma celebridade, como o atacante Ronaldo, por exemplo, tamanha devoção pelo talento do lutador. Dana White também achou que a morte de Hélio Gracie, responsável por desenvolver o jiu-jítsu moderno, causou uma comoção em todo o Brasil na semana passada. Ficou incrédulo ao saber que a realidade é bem diferente, a ponto de o esporte que ajuda a construir se mal visto por muitos no país de onde saíram várias das estrelas que contrata.

O empresário sabe que tem um longo trabalho pela frente, especialmente no Brasil, um dos grandes mercados na mira no UFC. "Não quero converter ninguém. Quem não gostar, mude o canal da televisão, temos milhares de opções. O MMA é uma realidade, está crescendo e queremos o tornar um esporte mundial, com regras claras que todos entendam. Diferente do críquete, na Índia; do futebol americano aqui nos Estados Unidos. São esportes que não vão dar certo em outro lugar. E a luta vai, está no DNA nas pessoas", afirma.

Após a realização de mais um UFC no fim de semana – a edição 94 aconteceu em Las Vegas –, Dana prepara o próximo compromisso, dia 21 de fevereiro, em Londres, onde o campeonato iniciou a expansão além do território americano. Em meio a isso, ele tem um trabalho especial, que é organizar o histórico UFC 100. Nenhum nome está confirmado. Mas Wanderlei Silva pode estar lá e estuda mudar de categoria, um prato cheio para motivar o show que já virou uma obsessão.

"Como será o evento é a pergunta que mais me fazem. Será incrível", promete. Os fãs acreditam.

A repórter viajou a convite do UFC.

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