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O futebol brasileiro é mesmo um fiasco em termos de organização. Poucos clubes do país poderiam disputar um campeonato europeu, já que no Velho Mundo uma das condições para ter sua inscrição aceita em algum torneio é não estar devendo nada para o fisco. No Brasil parece existir um campeonato paralelo ao Brasileirão para ver quem deve mais. Todos os grandes clubes brasileiros são campeoníssimos neste quesito.

O campeão antecipado Fluminense receberá R$ 9 milhões como prêmio mas não verá a cor do dinheiro, bloqueado pela Fazenda por dívidas com a previdência e ações trabalhista – deve também estar devendo na lanchonete da esquina. O Flamengo é outro que quando bota a mão do bolso só tira os cinco dedos.

Aliás todos os grandalhões cariocas encabeçam qualquer lista de maiores devedores entre clubes brasileiros. Se estivessem sediados em algum país da Europa, não conseguiriam matrícula nem em torneio de bolinha de gude. Na outra ponta da lista de endividados está o Atlético, o nosso – o de Minas é mais um que deve as calças –, com uma das melhores gestões de futebol do país. Se não tem, não compra. Investir na criação de jogadores é sua moeda forte.

Mas ter uma excelente administração não significa títulos, infelizmente. Fosse assim o Rubro-Negro tingui levantaria o troféu todos os anos. E administração exemplar também não significa poder contratar um Ronaldinho Gaúcho, por exemplo. E o que é melhor, ser rico e endividado ou pobre sem dívidas? É... também fico na dúvida...

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O Fluminense venceu os torneios de 70, 84, 10 e 12. O título de 70 foi pela última edição do Robertão (67 a 70), nascido Torneio Rio-São Paulo – ou Roberto Gomes Pedrosa – e espichado como torneio nacional. Mas antes de o Robertão entrar no guarda-roupa do futebol brasileiro, havia a Taça Brasil, de 59 a 68, dividida em seis regiões deste Brasilzão caótico.

Cariocas e paulistas comiam só o mignon, entrando apenas nas semifinais, enfrentando os sobreviventes dos mata-matas das fases regionais. Atlético e Coxa foram vice-campeões do Sul em 59 e 60, respectivamente – ambos com o Grêmio campeão. O Ferroviário também foi vice, por duas vezes, em 66 e 67, também com o enxerido Grêmio campeão – mas, bhá, tchê!

Quer queiram ou não a CBF autorizou contabilizar junto ao Brasileiro o Robertão e a Taça Brasil. Assim o maior campeão brasileiro é o quase rebaixado Palmeiras, ao lado do Santos, com 8 títulos cada. E temos mais três bicampeões que se juntam ao Grêmio: Botafogo, Bahia e Cruzeiro.

Tem muita gente que não aceita a Taça Brasil somada ao Robertão e Brasileirão, mas é inegável que a Taça Brasil é a mãe do Robertão. E o Robertão é o pai do Brasileiro. Eles têm o mesmo DNA.

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