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Alex está de volta ao futebol brasileiro e, do alto de seus 35 anos, tem sido cortejado por diversos clubes, com destaque ao Coritiba onde iniciou virtuosa carreira. Conversei poucas vezes com Alex, mas esses rápidos contatos bastaram para reconhecer sua sabedoria.

Equilibrado, vivaz e consciente de suas reais possibilidades como jogador e líder de uma equipe, o menino Alexsandro de Souza começou nas categorias de base do Coritiba, destacando-se e logo subindo ao time principal, onde se firmou como craque.

Os três anos em que foi titular do time coxa-branca foram suficientes para elevá-lo à categoria de ídolo, com a coroa preservada até hoje diante dos clamores da torcida pelo retorno ao Alto da Glória. A sua carreira não foi linear, pois teve períodos de baixa e que, por infelicidade, coincidiram com a amadurecida convocação para a seleção que se tornou pentacampeã mundial em 2002.

Após espetacular passagem pelo Palmeiras, onde ajudou na conquista de diversos títulos, com destaque ao da Libertadores da América e sob o comando de Felipão, o mesmo que convocou os jogadores para a formação da famosa "Família Scolari" na campanha da Copa na Ásia, Alex atravessou uma fase de menor inspiração com passagens apagadas pelo Flamengo, pelo Cruzeiro e mesmo em seu rápido retorno ao Palmeiras, além de não se adaptar ao futebol italiano jogando pelo Parma.

A consagração definitiva do garoto curitibano aconteceu na sua segunda passagem pelo Cruzeiro quando explodiu como maestro, ídolo da torcida e a conquista da tríplice coroa: campeão mineiro, da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro. Mas os anos inesquecíveis foram vividos na misteriosa e enigmática Istambul, a antiga Bizâncio e Constantinopla, capital do império romano no Oriente e do império otomano até o final da Primeira Guerra Mundial.

Entre sultões e califas, sob a proteção de Santa Sofia, cuja basílica resplandece no brilho do sol que cobre o Estreito do Bósforo na única cidade que ocupa dois continentes, Alex foi jogador, goleador e deus da apaixonada torcida que lhe homenageou com a construção de uma estátua.

Corroído pela inveja de ver o seu recorde de 140 gols pelo Fenerbhçe na Liga Turca ser superado pelo garoto dos pinheirais que alcançou a marca de 136 gols, o técnico provocou o rompimento do contrato. Alex não se abalou, afinal havia escrito a história com letras de ouro temperadas pelo suor, repetindo a glória de Didi, o mestre da Folha Seca, outro brasileiro com passagem marcante como técnico do time mais popular da Turquia.

Profissional bem-sucedido em todos os aspectos, ele agradeceu a calorosa acolhida e partiu deixando saudades. Alex retornou com a sua arte para mais alguns anos praticando o encantamento lúdico do futebol.

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