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Quando corria pelas ruas da pequena Assis Chateaubriand, no interior do Paraná, atrás de uma bola de futebol, o garoto Daniel Gomes, não imaginava que um dia seria tratado como o futuro melhor do mundo. Não, ele não está nem de longe cobiçando o posto de Ronaldinho Gaúcho. Daniel, hoje aos 20 anos, virou craque em outra modalidade: o skate.

De tanto implicar com o vício do irmão mais velho, ele acabou por tomar gosto pelo esporte do "carrinho com rodinhas". Aos poucos o desejo de conquistar o mundo com os pés foi deixado de lado. Preferiu o "shape" e as radicais acrobacias da modalidade street, que simula obstáculos de rua.

A mudança com toda a família para Curitiba – considerada a capital brasileira do skate – foi a senha para que a diversão se tornasse algo ainda mais sério na vida do jovem, então com 14 anos. "Antes era coisa de moleque. O que eu queria mesmo era jogar bola. Mas logo que cheguei em Curitiba conheci um pessoal que já andava de skate e acabei me influenciando. A partir daí comecei a me dedicar mais", conta ele.

O esforço (e a escolha) valeu a pena. No começo deste mês Daniel venceu a última etapa antes da profissionalização. Sagrou-se campeão Brasileiro amador de skate no quintal de sua casa, na pista da Drop Dead, onde treina todos os dias. "Fiquei muito feliz por ter conquistado o título do circuito. Não esperava ganhar, a disputa estava difícil, meus adversários eram de um nível muito alto", afirma. "Agora esse prêmio vai me ajudar a abrir outras portas. Pretendo disputar alguns campeonatos no exterior e me profissionalizar", complementa ele, que de quebra, garantiu vaga no Mundial Amador de Skate, no fim de janeiro, nos Estados Unidos.

Será a sua despedida antes de entrar no seleto grupo dos melhores do mundo, onde terá de duelar com a fina-flor do skate. O garoto ainda não acredita que agora terá de enfrentar os ídolos (e conterrâneos) Rodil de Araújo Júnior (Ferrugem) – campeão mundial em 2003 e 2004 – e Daniel Vieira, atual detentor do título europeu e mundial. "Não dá para pensar muito nisso. Só quero continuar andando do mesmo jeito que faço no amador. Mas é lógico que a gente sempre sonha em ser pelo menos campeão brasileiro", ressalta.

E no que depender da avaliação dos mestres, Daniel tem tudo para confirmar a dinastia curitibana entre os skatistas. "Eu vejo ele treinar diariamente. Tem muito talento, é completo. Caso mantenha a cabeça em ordem, tem tudo para virar um ícone do skate", elogia Ferrugem. "O título brasileiro amador comprova que ele é um cara de muito futuro", completa Vieira.

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