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Encerrado o treino coletivo, se abrem as pesadas portas da sala de imprensa da Arena. É hora do último contato do Atlético com o mundo exterior antes da estréia no Brasileiro, amanhã, contra o Fluminense. Fotógrafos e cinegrafistas têm direito a dez minutos para captar imagens. Repórteres esperam dois jogadores e o técnico Givanildo Oliveira para a entrevista coletiva.

Nas duas horas de espera o clima é estranho. Surgem teorias para explicar o motivo das restrições ao trabalho dos jornalistas, mas não se chega a uma conclusão. Aparecem especulações sobre o dia-a-dia do clube, mas raramente elas são desmentidas ou confirmadas por dirigentes. Publicá-las ou não depende da apuração feita com outras fontes.

"Na Europa é assim." A frase é o mais perto que se chega de uma explicação por parte de alguns funcionários – mesmo a prática não sendo exatamente assim no Velho Continente. Valorizando o site oficial e uma revista que passará a ser distribuída antes das partidas, o clube passa a impressão de tentar estabelecer um canal direto com o torcedor, sem espírito crítico.

Com as entrevistas proibidas fora do horário regulamentado, a sorte é que alguns jogadores não resistem a um papo informal. É o único contato "extra-oficial" entre o elenco, a imprensa e a torcida.

Só assim vazam informações como o descontentamento de certos atletas com a falta de exposição na mídia, o que nunca seria possível nas coletivas coordenadas pela assessoria de imprensa. Mas, para evitar repreensões, é fundamental a promessa de que o nome de quem falou não será divulgado.

Como o treino de ontem foi na Arena, na saída do campo os jogadores precisaram passar pelos jornalistas antes de chegar ao vestiário – no CT do Caju tal contato inexiste. Chance extra para conseguir informações sobre o time que vai enfrentar o Fluminense amanhã. Entre um "Treinei o tempo inteiro", um "Fiquei metade do tempo no time titular e metade no reserva" e um "Acho que estou fora", dá para esboçar a escalação.

Antes da entrevista com o treinador, pelo menos já se sabe que a entrada de Pedro Oldoni ou o deslocamento do meia Ferreira são as opções para a vaga aberta por Rodrigão no ataque – com suspeita de hepatite, o jogador ganhou três dias de folga.

Givanildo não desmente. Porém, aproveitando o sistema que o permitiu fazer treinos secretos todos os dias, não dá dicas sobre qual alternativa tem mais chances de ser utilizada. Também não revela quem, entre Fabrício e Válber, joga no meio-de-campo caso Ferreira seja adiantado.

Depois da última resposta é a vez da pesada porta do vestiário se fechar. Seja qual for o resultado, novo contato só depois do jogo de amanhã, novamente na sala de imprensa e com dois jogadores selecionados pelo departamento de comunicação do clube.

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