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Wanderlei Silva na sua academia, em Las Vegas: lutador diz ser um bom professor, com capacidade para passar aos alunos toda a técnica do vale-tudo | Divulgação
Wanderlei Silva na sua academia, em Las Vegas: lutador diz ser um bom professor, com capacidade para passar aos alunos toda a técnica do vale-tudo| Foto: Divulgação

Wanderlei planeja mudança de categoria e revanche

As mudanças na vida de Wanderlei Silva chegarão ao ringue. Após três lutas e duas derrotas entre os meio-pesados (até 93 kg) no UFC, ele pretende mudar de categoria e passar a atuar entre os pesos médios (até 84 kg), classe dominada pelo amigo, conterrâneo e ex-companheiro de equipe, o curitibano Anderson Silva.

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Uma lista de espera de 100 nomes aguarda ansiosa uma nova atração em Las Vegas. Na próxima semana, Wanderlei Silva abre as portas da sua academia na cidade norte-americana. Sentado no tatame ainda virgem de suor – o próprio e dos futuros comandados –, o curitibano olha orgulhoso para o moderno empreendimento. "Tá bacana, né?", comenta, prestes a inaugurar também uma nova etapa na sua vida.

Quem antes preocupava-se apenas em treinar com um estafe pronto só para lhe atender, agora se dividirá nas funções de atleta, administrador e professor. É o passo inaugural para a transição ringue-negócios, prevista para daqui a cinco ou sete anos. Ele está com 32.

A partir de agora, o ex-campeão mundial de vale-tudo vai tentar traduzir força e técnica em didática para alunos iniciantes mirins, a partir dos cinco anos – não por coincidência a idade do seu filho, Thor –, atletas em potencial e lutadores profissionais interessados em utilizar as instalações para os últimos treinos antes dos combates.

"Acho que sou um bom professor. E sabe que isso é uma coisa muito difícil de encontrar? Alguém especialista em mma (lutas marciais misturadas, sigla em inglês). Uma hora você treina com um cara muito bom em wrestling, outra vez com um lutador de muay-thai e por aí vai", explicou à imprensa brasileira convidada para acompanhar a edição 94 do Ultimate Figthing Campionship (UFC), na semana passada.

A academia, próxima à rua principal onde se concentram os principais hotéis de Las Vegas, é o dobro da sede da Chute Boxe, onde treinava em Curitiba. Lá estão tatames, sacos de areia, esteiras de corrida e os pouco convencionais equipamentos usados pela modalidade: imensos pneus para serem puxados e correntes bastante pesadas que servem de alteres. Um octógono oficial, o ringue-padrão do UFC, também está à disposição, bem como uma sala especial que simula treinos em altitude, para melhorar o condicionamento.

O investimento total foi de US$ 600 mil (ou R$ 1,380 milhão). Seria muito mais não fossem os patrocinadores que cederam material ou investiram para ter suas marcas expostas na academia de um dos ídolos dos ringues americanos.

"Aqui se investe muito em luta. É isso o que faz os lutadores virem para os Estados Unidos. Você pode se dedicar só aos treinos, se quiser. Lá no Brasil muitos têm de trabalhar como professor e até como segurança para conseguir se manter. O UFC aqui é uma febre", conta, e reforça. "A diferença de preparação é muito grande. Uso um suplemento alimentar que custa R$ 39 por dia . Lá no Brasil, o cara divide a quantidade em várias vezes ou nem toma. Aqui ganho caixas e mais caixas dos patrocinadores. Não tem comparação", afirma.

Qualidade de vida e segurança também têm outro parâmetro e pesaram na decisão do curitibano de trocar seu país pela árida Las Vegas, no deserto de Nevada. "Todo mundo tem uma história de violência para contar, mesmo em uma cidade como Curitiba. E, de repente, isso está perto de você", lamenta.

Ele conta que a sua antiga loja, no bairro Mercês, foi assaltada três vezes em dois meses. Foram levados seis computadores, tevê de plasma e várias roupas. "Levaram coleção que eu nem havia lançado ainda. Meses depois vi uma gangue ser presa e um bandido estava usando meu moletom. Pode?". O negócio foi fechado.

"Tenho filho, família e ficava preocupado porque sou conhecido. Sempre acham que ganhamos mais do que recebemos na verdade. A exposição é muito grande", completou.

Seguro na América, Wanderlei planeja trabalhar ainda como empresário na sua Wand Sports. A primeira aposta da empresa será o jovem curitibano Rafael Monteiro, de 22 anos e 100 kg. "Nos Estados Unidos há eventos em todos os finais de semana. Esses jovens precisam começar a construir um cartel para chegar aos grandes campeonatos, e quero ajudá-los nisso", programa.

A repórter viajou a convite o UFC.

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