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A confusão que envolveu a Polícia Militar e torcedores do Paraná, quarta-feira, na Arena, no clássico contra o Atlético pela Sul-Americana, incluiu o estado do Paraná no triste cenário de violência no futebol em 2006. Desencadeado pela explosão de um rojão na divisa entre as torcidas, o episódio que culminou com a detenção de um torcedor do Tricolor – ninguém ficou ferido – deverá ter novos desdobramentos nos próximos dias.

Isso porque, segundo testemunhas, o paranista detido pela PM, o adolescente A.R.D.C, de 17 anos, filho do vice-presidente do Paraná, Aurival Correia, não teria sido o responsável pelo lançamento do rojão, tendo sido preso por engano. A explosão aconteceu no intervalo do jogo, e no momento em que o artefato foi atirado, ninguém foi preso.

A ação dos policiais ocorreu somente após a indicação do suposto responsável por seguranças particulares do Atlético, que teriam identificado o torcedor através da filmagem feita pelas câmeras de segurança instaladas no estádio.

"A bomba veio de trás de mim. Não fui eu. Fiquei no meu lugar sem problemas, até que um segurança veio e me pegou pelo braço. Foi quando os policiais foram para cima de mim", diz A.R.D.C, que alega ter sido agredido pelos PMs.

Imediatamente, o acusado foi conduzido ao centro de triagem da Arena, sendo encaminhado em seguida para a Delegacia da Infância e Juventude e liberado logo depois.

Ontem pela manhã, o torcedor detido realizou exames de corpo delito no Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba, onde foram constatados ferimentos leves. "A polícia encheu ele de porrada. Foram sete para cima dele, e foram irônicos, dizendo que ele estava ‘bonito’ na fotografia. Acredito que ele foi confundido", aponta o pai Aurival Correia. O responsável pelo comando do policiamento na Baixada foi procurado para comentar as declarações, mas não foi encontrado.

Após a partida, o presidente do Paraná, José Carlos de Miranda, entrou em contato com o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia, solicitando a fita que registrou o incidente. No entanto, até ontem à noite, as fitas não foram entregues.

"Não vamos tomar nenhuma medida judicial, já que o Paraná não foi atingido como entidade, mas temos o maior interesse em esclarecer tudo. Queremos ver a fita para tomar uma posição, mas confesso que estou meio desanimado quanto a isso", revela Luiz Carlos de Castro, vice-presidente do departamento jurídico do Tricolor, em relação a cessão das imagens pelo Rubro-Negro.

A condução desse processo por parte do Furacão ficou a cargo de Marcus Malucelli, do departamento jurídico do clube, que apenas no final da tarde de ontem tomou conhecimento do caso.

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