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Adílson espera que o Atlético não vá para a Segunda Divisão: “Vou torcer”. | Jorge Adorno/Reuters
Adílson espera que o Atlético não vá para a Segunda Divisão: “Vou torcer”.| Foto: Jorge Adorno/Reuters

Técnico de futebol não costuma revelar o time do coração. A profissão não permite, dizem. Mas há treinadores que se identificam com determinados clubes. É o caso de Adílson Batista e o Atlético.

Paranaense de Adrianó-polis, a aproximadamente 120 km de Curitiba, na divisa com o estado de São Paulo, Adílson começou a jogar bola nas categorias de base do Rubro-Negro. Era volante, e foi pinçado ao time principal pelas mãos de Valmor Zimermann, presidente no período, para solucionar o problema quase crônico do miolo de zaga da equipe.

"O Levir (Culpi) era o treinador e nós estávamos precisando de um quarto-zagueiro. O Adílson devia ter uns 16 anos (na verdade 19) e despertou a nossa atenção. Tirava a bola de tudo quanto é jeito. Treinou na sexta, jogou no domingo e não saiu mais do time", recorda o ex-dirigente.

Antes de se tornar zagueiro de seleção brasileira, o defensor ergueu a taça de campeão paranaense, em 1988. Apesar de novato, era um dos líderes de um time que tinha ainda Marola, Marcão e Carlinhos Sabiá, entre outros. Mas ficou pouco tempo na Baixada. Nego-ciado com o Cruzeiro, rodou na seqüência pelos principais clubes do país, até encerrar a carreira no Corinthians, logo após o título mundial, em 2000.

É deste período o segundo capítulo do Pezão, apelido que herdou dos seus tempos de Pavoc (o CT rubro-negro na época), no Atlético. Relutando com a idéia de pendurar as chuteiras, pediu para manter a forma no clube. Treinava, entrava forma, mas a velha dor no joelho direito teimava em reaparecer, conseqüência de uma entrada maldosa de um jogador nigeriano nos seus tempos de futebol japonês. Teve de operar o ligamento cruzado posterior. "O joelho me incomodava, inchava com freqüência", relembra.

Adílson conta que a contusão o impediu de ser campeão novamente pelo Furacão. "O (Paulo César) Carpegiani (treinador na época) pediu a minha contratação, mas já não suportava mais."

São essas passagens que fazem o duelo de hoje, às 18h20, na Arena, ser especial para o técnico. O Pezão estará no banco do Cruzeiro, brigando por mais três pontos para seguir na briga pelo título nacional. Do outro lado do campo, o seu velho Furacão, metido em uma luta desesperada para escapar da Segunda Divisão. "Fico chateado com a situação do Atlético. Só que sou profissional e vou buscar a vitória. Depois, torço para que saiam desta situação", crava ele, sem fechar as portas para um possível capítulo 3 no futuro. Afinal, é profissional.

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