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Líder disparada do quadro de medalhas, a China já começa a atrair olhares de desconfiança sobre seus resultados. E dois fatos revelados ontem reforçaram as dúvidas.

Pela manhã, o Comitê Olímpico Internacional anunciou o primeiro caso de medalhas cassadas por uso de doping nesta edição dos Jogos. O atirador norte-coreano Kim Jong Su e a ginasta vietnamita Thi Ngan Thuong foram flagrados em controles promovidos pelo COI. Com eles, já são três os dopados flagrados em Pequim – a ciclista espanhola Maribel Moreno deixou a cidade antes mesmo de competir.

O exame de Kim encontrou a presença do beta-bloqueador adrenérgico propanolol, droga usada no tratamento de arritmias cardíacas. No tiro esportivo, ajuda na concentração. O atirador teve cassadas as duas medalhas que havia conquistado em Pequim: prata na pistola de 50 metros e bronze na pistola de ar de 10 metros.

Com a redistribuição de medalhas, o chinês Tan Zongliang ascendeu a segundo, e o russo Vladimir Isakov subiu ao pódio na primeira prova. Na pistola, o bronze acabou no peito do americano Jason Turner.

Já Thi tomou furosemida, um diurético que é utilizado por esportistas para perder peso. A ginasta obteve resultados sofríveis. Ela foi 82ª e última no solo, e 80ª no salto. Estratégia política, as delegações olímpicas do Vietnã e da Coréia do Norte são patrocinadas pelo governo chinês.

Os dopings de um norte-coreano e de uma vietnamita podem ser mera coincidência. Mas a tese de que são mais do que isso ganhou força com uma informação alardeada logo depois pela Associated Press. A agência de notícias afirma ter encontrado uma reportagem no site da Xinhua, controlada pelo governo chinês, informando que a ginasta He Kexin completou 13 anos no dia 3 de novembro do ano passado.

Isso tornaria ilegal sua participação nos Jogos. O COI proíbe a participação de ginastas com menos de 16 anos. Kexin integrou o grupo que conquistou a medalha de ouro por equipes, na quarta-feira. A Associated Press diz ter impresso a página, que pouco depois teria sido retirada do ar. Procurados, os editores da Xinhua não deram explicações sobre a medida.

Por ora, os americanos dizem que ambos os assuntos são questões internas chinesas e que, por isso, não irão pedir sanções aos anfitriões. Blogs americanos, porém, faziam barulho ontem. E o Parque Olímpico já especulava sobre ações nos bastidores. Que podem vir a público logo, caso o quadro de medalhas continue como está.

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