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A Copa do Mundo de 2014 começa a ganhar forma e conteúdo com o encaminhamento das obras nos estádios; na infraestrutura e logística, mesmo com algum atraso e distante das múltiplas necessidades do país; na preparação de intérpretes, recepcionistas e seguranças; no aperfeiçoamento do policiamento e, agora, com a definição do nome da bola e escolha do símbolo do megaevento, o simpático tatu-bola.

Discutir a validade ou não da realização da Copa no Brasil é matéria superada que já transitou em julgado, pois não tem volta e mesmo com inevitáveis improvisações o principal estará pronto já para o ano que vem na Copa das Confederações.

Lutar pelo direito de sediar o Mundial foi decisão política do ex-presidente Lula, que contou com o apoio de governadores e prefeitos das cidades escolhidas, com todos apostando no sucesso econômico do empreendimento. Alguns alegam que se está investindo muito dinheiro público na construção de estádios quando ele poderia ser aplicado em obras de hospitais, escolas, etc. Acontece que a diversão da população faz parte de todo programa de governo, e isso vem desde a Roma antiga: "Panne et circus" ou "Panem et circenses".

Também se pode argumentar que a Grécia quebrou pelos gastos contraídos na organização da Olimpíada, ou Portugal com o patrocínio da Eurocopa. Esses países gastaram muito, gastaram mal e bem acima das possibilidades de seus recursos financeiros. Mas isso não se aplica ao Brasil, cuja economia e capacidade de produção figura entre as maiores do planeta.

Se analisarmos o conjunto da Copa de 2014 concluiremos que o custo terá valido a pena diante de tantos benefícios em obras viárias e estruturais que servirão à sociedade em geral e movimentação turística envolvendo toda a engenharia de bares, hotéis, restaurantes, comércio e meios de transporte. Como diria a ministra Marta Suplicy "os do contra e paladinos da moralidade que relaxem e aproveitem". E, cá entre nós, em um país com tantas mazelas políticas – e mundialmente famoso pelo elevado grau de corrupção – pretender iniciar uma escalada de moralização a partir do futebol soa, no mínimo, como engraçado.

Gostei muito da escolha do tatu-bola como mascote da Copa. O animalzinho da caatinga nordestina, que se enrola por completo num belo espetáculo da natureza, consegue se fechar totalmente formando uma bola como forma de defesa. Tem tudo a ver com o clima da festa futebolística. A divulgação será intensa e o tatu-bola ganhará campanha internacional contra sua ameaça de extinção.

Na saudosa e deliciosa época em que o rádio fazia a nossa cabeça, tornou-se famoso o jingle da cachaça Tatuzinho que patrocinava as transmissões de jogos nas principais emissoras do país, inclusive a nossa PRB-2: "Ai tatu, Tatuzinho, me abre a garrafa e me dá um pouquinho".

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