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O atacante Alberto nem teve tempo de usar as novas chuteiras na terça-feira. No dia em que iria testá-las, foi dispensado do Coritiba. Ontem, enquanto arrumava as malas para retornar a Campo Grande (MS), ainda se dizia surpreso com a rescisão antecipada do contrato, motivada pela expulsão aos seis minutos do segundo tempo contra o Paulista, jogo elevado à categoria de decisão no Coxa.

Ele assumiu ter prejudicado a equipe em Jundiaí. Mas na hora de comentar o cartão vermelho de sábado, se esquivou. "Não quero falar muito para não prejudicar outras pessoas, outros setores. Se fui punido pela expulsão, que seja minha a culpa. Prefiro sair quietinho", disse Alberto à Gazeta do Povo.

A explicação de quem poderia ser atingido viria só através da assessoria de imprensa do atacante. "Para o jogador, a expulsão foi resultado do pedido do Bonamigo para que ele atuasse como volante", informaram os assessores. Em viagem a Goiânia, onde o time enfrenta amanhã o Vila Nova, o técnico Paulo Bonamigo não respondeu às ligações da reportagem para comentar o assunto.

Alterações inusitadas de função não são inéditas no Coritiba. Sob o comando de Paulo César Carpegiani em 95, o zagueiro Jorjão chegou a ser escalado como centroavante num Atletiba. A estratégia não deu certo e o Coxa perdeu por 1 a 0.

Segundo Alberto, não houve muitas explicações na demissão comunicada pelo diretor de futebol José Hidaldo Neto. "Não me disseram muita coisa e eu também não perguntei. Mas se sou responsável por alguma coisa, é pelo último jogo. Até porque não joguei em boa parte do campeonato", comentou. Ele fez 15 partidas com a camisa alviverde e marcou quatro gols.

Seu maior lamento é, contudo, abandonar seus colegas no duro caminho à elite. "Podem me achar culpado, mas não foi isso que senti quando me despedi. Os jogadores ficaram comovidos. Vou torcer muito para que consigam levar o time para a Primeira Divisão."

Para o jogador, a batalha poderia ser mais fácil se o clube não enfrentasse tantas crises extra-campo, como rachas políticos e brigas com a torcida. "Quando cheguei, pensei que seria bom. Aos poucos, você começa a inalar o clube e vê que acontecem coisas complicadas. Se fosse só jogar bola, certamente subiria. Mas ainda confio muito nesses jogadores. Queria continuar entre eles..."

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