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Torcida

Couto ‘explode’ com revés do rival

Olho no campo e ouvido no radinho. Os 17 mil torcedores que viram o Coritiba vencer o Avaí, no Couto Pereira, dividiram-se entre acompanhar a dificuldade do time em seguir sonhando com a Libertadores e a torcida pela derrota do rival Atlético contra o América-MG. Os gols que saíram na partida em Uberlândia foram comemorados como se fossem uma vitória coxa-branca.

Os jogadores, porém, preferiram manter o tom respeitoso ao arquirrival em torno do Atletiba duplamente decisivo. "Nos últimos anos, temos partidas em que a equipe foi bem, com vitórias e títulos na casa do adversário. Mas [um clássico] é uma partida completamente diferente. Vamos com um objetivo grandioso; o time deles, com a faca no pescoço. Tem de se ter inteligência com as palavras", afirmou Jéci.

O técnico Marcelo Oliveira preferiu não comentar se o fato de o Atlético também precisar da vitória torna o jogo mais aberto e vantajoso para sua equipe. "Não tenho opinião formada sobre isso. Nesse momento, temos de ter concentração total sobre o Coritiba. Clássicos são sempre perigosos e difíceis", disse.

Opinião

Favorito

Adriana Brum, repórter

Sou da lista dos eternos desconfiados. Por isso, gostei quando a CBF anunciou, ainda em 2010, que a última rodada do Brasileirão 2011 seria com os clássicos regionais. Afinal, manteria motivação para o torcedor da dupla Atletiba na despedida da competição.

Afinal, o mais provável era que, como em anos anteriores, o destino de Coritiba e Atlético estaria definido rodadas antes, provavelmente com um insossa posição no meio da tabela.

O Atletiba final terá contornos impossíveis de ter sido previsto. E o Coritiba chega com inegável favoritismo: tem a estabilidade emocional do elenco, que vem de um aproveitamento de 83% na reta final da competição.

Um dos fatores para o desempenho foi ressaltado pelo técnico: disse que o time não teve problemas disciplinares na temporada. Mas, em clássico, até favoritismo é relativo. E um prato cheio para os mais desconfiados.

Na pressão e na sorte. Uma vitória sofrida sobre o Avaí (1 a 0) e a combinação de resultados colocou o Coritiba, ontem, pela primeira vez no grupo da Libertadores. O time chega à última rodada do Brasileiro, no Atletiba, dependendo apenas de si – uma vitória – para se classificar para o continental de 2012.

Feito que, se conquistado, se transformará em um triunfo duplo, já que, para "fazer a América", necessariamente o Coxa tem de rebaixar o maior rival, dentro do estádio rubro-negro, ampliando a hegemonia em Atletibas – não perde um clássico desde 2008.

Depois de passar boa parte do campeonato flertando com a classificação, o time comandado por Marcelo Oliveira viu o que era desejo transformar-se em um objetivo bem palpável. Mas, chegar aos 57 pontos que o colocaram a frente dos concorrentes diretos São Paulo, Internacional, Figueirense e Botafogo, não foi tarefa fácil.

Mesmo jogando no Couto Perei­­ra, o Coxa foi pressionado o tempo todo pelo já rebaixado Leão da Ilha. O Alviverde só fez sua parte aos 40 minutos do segundo tempo, com o gol do zagueiro Jéci, de cabeça, após a cobrança de escanteio de Rafinha. "A pressão aumentava a cada resultado anunciado no placar. Até conversei com o Jonas e o Emerson, falando que precisávamos de um gol", contou o salvador da tarde.

No campo, o resultado levou jogadores às lágrimas; na arquibancada, o torcedor a uma grande festa; mas, entre técnico e dirigentes, o tom era de "já estava previsto".

Tanto que a premiação para os atletas e a programação para 2012, incluindo a Libertadores, já estavam acertadas desde o início do Brasileiro, garante a diretoria. Só a programação do elenco para esta semana que antecede o Atletiba é que ainda será confirmada, hoje. "O caminho ainda é longo e não dá para se entusiasmar. Mas, nesse momento [ontem à noite], estou curtindo a vitória", afirmou o presidente eleito do clube, Vilson Ribeiro de Andrade. "Temos essa semana para fechar o ano de forma brilhante", emendou o técnico Marcelo Oliveira.

Mas nem sempre foi assim. O Coxa passou boa parte da competição rondando as cinco primeiras posições, mas sempre havia uma pedra no caminho (derrota) para frear a subida. Até que a arrancada saiu do papel – na 31.ª rodada o time es­­tava a oito pontos do G5.

A partir de então, virou a situação: venceu cinco dos últimos seis jogos (83% de aproveitamento). "Todo mundo oscilou. Estamos dando essa arrancada. É um time guerreiro, equilibrado e com poder de decisão", ressaltou Oliveira.

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Bola Alta

O fundamento mais treinado pelos jogadores do Coritiba nos últimos dias garantiu a vitória sobre o Avaí. "Tem dias que as coisas não andam como a gente quer. Fizemos um jogo muito duro e temos de dar o mérito ao treinador. A jogada de bola parada é muito treinada pelo Marcelo [Oliveira]", declarou o meia Rafinha, que cobrou o escanteio para o gol de Jéci. O técnico destacou que o fundamento é repetido exaustivamente nos CT da Graciosa, tanto para o ataque quanto na defesa. "Muitas bolas alçadas decidem jogos. Quando não dá por baixo, vai por cima", disse ele.

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