• Carregando...

Munique – Com a Alemanha na semifinal da Copa realizada em seu quintal e a torcida empolgada com o time, pouca gente lembra de como o Mundial começou para os tricampeões. Depois de sofrer uma goleada 99 dias antes da estréia, a pressão sobre a equipe – e, especialmente, sobre o técnico Jürgen Klinsmann – chegou a níveis quase insuportáveis. Todos exigiam mudanças com medo de um fiasco dentro de casa.

Hoje, com imagem e autoconfiança recuperadas, a seleção germânica tem a chance de dar o troco na rival daquela humilhação. O confronto será às 16 horas (de Brasília), em Dortmund. Mais do que o sabor da vingança pelos 4 a 1 impostos com autoridade pela Azzurra no dia 1.º de março, em Florença, o reencontro com a sempre perigosa Itália vale uma vaga na decisão.

Bancado no comando da Alemanha pela federação, apesar dos protestos, o ex-atacante terá de encontrar uma forma de barrar uma tendência histórica a favor dos adversários. Em Copas, os representantes da terra do chucrute e da cerveja quente são inegavelmente fregueses da Azzurra.

Os dois times já se enfrentaram quatro vezes e jamais a camisa branca saiu de campo vitoriosa. Por duas vezes os italianos ganharam. Nas outras duas oportunidades, empates por 0 a 0. Um tabu que já incomoda os anfitriões deste Mundial. Mesmo contando amistosos e outras competições, a vantagem também é da Itália. Com certa folga. Dos 28 confrontos, triunfou 13 vezes. Os alemães venceram sete duelos.

A arma para superar o futebol de força defensiva e contragolpes mortais dos italianos usa a camisa número 11. Miroslav Klose vem provando em 2006 aquilo que havia indicado quatro anos antes: sua estrela brilha no torneio da Fifa.

Na Coréia do Sul e no Japão, o atacante de origem polonesa ajudou a seleção a chegar à final contra o Brasil marcando cinco gols. Terminou empatado com Rivaldo no segundo lugar da artilharia. Só Ronaldo, magro, fez mais: 8.

Além de não contar com um goleador – oito jogadores marcaram gols na competição e apenas Luca Toni repetiu a dose –, a Itália tem um passado recente que pode assombrar a Azzurra por mais quatro anos. Nas duas últimas edições do torneio, a equipe que decidiu duas Copas contra o Brasil (70 e 94) foi eliminada pelos donos da casa.

Em 1998, na França, Zidane e sua turma trataram de despachar os vizinhos ainda nas quartas-de-final, nos pênaltis. Na Ásia, em 2002, graças ao desperdício de inúmeras chances reais de gol e o empurrão de uma arbitragem discutidíssima, a Itália se despediu na segunda fase. A Coréia avançou com um gol de ouro de Ahn: 2 a 1.

Fora de campo, os dois times usam a mesma estratégia. Cautela e troca de elogios. "Está tudo a favor da Itália, isso me parece evidente", comentou o meia alemão Ballack, lembrando de outro 4 a 1 italiano sobre os alemães, o do Milan sobre o Bayern de Munique, pela recente Liga dos Campeões da Europa. "É um obstáculo muito pior do que a Argentina. Nós não temos chance, temos?", brincou.

Por sua vez, o técnico Marcello Lippi preferiu um alerta. "Aquele placar (4 a 1) não refletiu a diferença de qualidade entre Alemanha e Itália", concluiu.

Em Dortmund

ALEMANHALehmann; Friedrich, Metzelder, Mertesacker e Lahm; Schneider, Borowski (Kehl), Ballack e Schweinsteiger; Podolski e Klose. Técnico: Jüergen Klinsmann.

ITÁLIABuffon; Zambrotta, Materazzi, Cannavaro e Grosso; Perrotta, Pirlo, Gattuso e Totti; Luca Toni e Gilardino. Técnico: Marcello Lippi.

Estádio: Westfalenstadion.Horário: 16 horas.Árbitro: Benito Archundia (MEX).

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]