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Uma manifestação na frente do Tribunal Regional do Trabalho – com cerca de 70 torcedores atleticanos que receberam o centroavante Aloísio aos gritos de "bâmbi, mercenário e traidor" – decretou o fim de qualquer possibilidade de o jogador voltar a vestir a camisa do Rubro-Negro.

Aloísio teve de entrar no prédio do TRT escoltado por dez policiais e quando, após três horas e meia de audiência, ouviu que teria de se apresentar imediatamente no CT do Caju e ficar lá ao menos até segunda-feira, fez um pedido quase emocionado a juíza da 1.ª Vara do Trabalho, Simone Galan de Figueiredo.

"Para lá eu não volto. Depois disso que aconteceu hoje (ontem) eu não jogo mais no Atlético. Se eles ganharem a ação, vão ter de me emprestar ou me vender, mas para lá eu não volto. Se eu não posso jogar no domingo (pelo Campeonato Paulista, contra o São Bento), ao menos me deixe ficar em casa."

Na sessão de ontem não houve decisão alguma, apenas um pedido por parte do São Paulo para que a liminar anterior da juíza, em favor do Atlético, seja reavaliada. Isso vai acontecer na segunda-feira. Até lá, a decisão antiga volta a valer e o jogador não pode mais atuar pelo São Paulo. Além disso, teria de se apresentar imediatamente ao Rubro-Negro sob pena de uma multa diária no valor de R$ 72 mil.

Foi aí que o atacante demonstrou sua mágoa pela manifestação dos torcedores que antes o antes o aplaudiam. E entre pedidos encarecidos também dos advogados de defesa, os representantes do Furacão acabaram liberando o jogador da apresentação e da multa até a nova decisão.

De acordo com o jogador, ele só está no São Paulo porque o Rubro-Negro não teria pago pela sua compra. Quando venceu o seu contrato de empréstimo, dia 11 de fevereiro, o Rubin Kazan exigiu o retorno. Neste momento o Tricolor paulista teria acertado um novo empréstimo com o clube russo.

"Se o Atlético tivesse pago, eu estaria aqui sem problema nenhum. Agora ficam me chamando de mercenário", afirmou.

O Rubro-Negro afirma que não pagou porque não recebeu o número da conta bancária, pois o Rubin Kazan passou a negociar direto com o São Paulo por valores melhores. Contudo, o trunfo dos advogados atleticanos é um certificado de transferência enviado pelo clube russo.

Mas o ponto final na novela está longe. Independentemente da reavaliação da liminar, a parte que se sentir prejudicada deverá entrar com outro recurso. E como ontem foram anexados mais documentos ao processo, a sentença final sobre o caso só deverá sair em junho – mesmo assim caberão novos recursos.

A intenção da audiência de ontem era tentar uma conciliação. Mas não houve jeito e a juíza acabou deixando a sua proposta para avaliação: que o Tricolor pague US$ 400 mil (R$ 820 mil) ao Rubro-Negro e fique com Aloísio. O Atlético aceitou; o São Paulo ainda não.

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