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Bandeira corintiana da família Oliveira da Silva: casa 100% alvinegra no Sítio Cercado | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Bandeira corintiana da família Oliveira da Silva: casa 100% alvinegra no Sítio Cercado| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

A Rua Cidade Modelo, no Sítio Cercado, tem quase nada dos atributos que fizeram Curitiba ser conhecida por esse apelido. A via de três quarteirões, asfalto precário e calçadas estreitas, é repleta de casas simples. Em uma das suas pontas, chama a atenção um sobrado com uma bandeira do Corinthians pendurada na varanda. Ali moram os Oliveira da Silva e funciona a malharia da família. Uma casa 100% alvinegra.

"Encheu de gente para ver a final do Mundial. A gente, que é corintiano, e um monte de sobrinho e vizinho são-paulino, palmeirense, todos torcendo pelo Chelsea. No fim, deu sorte", diverte-se a mãe, Ivone Fátima.

Nascida em Santa Catarina, ela virou corintiana por influência do marido. As filhas Taylinne e Beatriz já nasceram alvinegras, como também é "da Fiel" o tecelão Wesley Santos Soares, funcionário da malharia, nascido em São Paulo, mas desde criança morando em Curitiba. "O Corinthians gosta da vitória sofrida, batalhada, como o povo brasileiro. É o time mais brasileiro de todos", filosofa Soares sobre sua paixão.

Entrar no Sítio Cercado é quase como visitar um bairro da Zona Leste de São Paulo. Camisas alvinegras em profusão, pontuadas por algumas do São Paulo e outras do Palmeiras. Uniformes de Coritiba, Atlético ou Paraná são raridade. Perdem até para clubes estrangeiros.

A demografia do bairro ajuda a explicar a forte presença paulista. Segundo dados do Ipardes e do Ippuc, 43% dos moradores do Sítio Cercado são de fora de Curitiba – 4 mil paulistas. Com os vizinhos Umbará e Ganchinho, o bairro forma a região de maior concentração corintiana (9,49%) e a maior de torcedores de times de fora (25%) da capital.

O cenário preparado pela demografia da região Sul da cidade é reforçado pela bola. "Tenho admiração pelos times paranaenses, mas a grandeza faz com que a gente torça pelos de fora", diz o pedreiro Cassiano Aparecido Tomgyk, palmeirense nascido em Curitiba. "Os times daqui não investem tanto e a conquista de grandes títulos faz a diferença", reforça o vendedor de carros Jair Andrade, corintiano de Campo Mourão. Primo do volante Edenílson, campeão mundial, ele tem um motivo a mais para reforçar o grito de "Vai, Corinthians!" no Sítio Cercado.

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