Americanos fazem teste com aro 30 cm mais alto

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Enquanto o lendário técnico Pete Newell, aos 91 anos, continua dando aulas para pivôs de basquete nos Estados Unidos, seu filho entrou numa cruzada para dificultar o trabalho dos grandalhões. Líder de uma campanha para aumentar a altura do aro em 30 centímetros, Tom Newell pôs sua idéia em prática com um jogo de exibição no último sábado, na cidade de Seattle.

Estudioso do basquete na NBA e na Europa por mais de 30 anos, Tom resolveu fazer experiências para ver como ficaria o jogo com as tabelas mais altas. Ele acredita que a NBA hoje se apóia muito na força física dos atletas e nas enterradas. Sendo assim, reuniu jogadores universitários em Seattle e formou dois times (o preto e o dourado) para um amistoso.

Muita gente levou toco do aro. O pivô Brayden Billbe, que jogou pelo American University Eagles, está acostumado a enterrar o tempo todo no dia-a-dia. Desta vez, ele bem que tentou, mas mudou de idéia no meio do caminho.

- De repente, pensei "opa, não dá", e bola acabou batendo no aro. Eu me senti um idiota - brincou Billbe, cestinha da partida com 20 pontos e 14 rebotes.

Garotada enterra à vontade na escola

O time dourado venceu por 90 a 60. Newell queria saber se os atletas seriam capazes de adaptar o estilo de jogo ao novo desafio. A resposta, segundo ele, foi altamente positiva.

- Eles executaram os fundamentos do jogo da melhor maneira que eu poderia esperar - explicou.

Apesar de terem treinado durante uma semana, os jogadores transformaram o início da partida num festival de erros. Aos poucos, todos foram melhorando. O aro mais alto teve impacto visível nos movimentos dos pivôs e nos arremessos de três pontos.

- Hoje os garotos mal entram na escola e já enterram. Com a mudança, a quadra se abre e os fundamentos ficam mais apurados - afirmou Andrew Zahn, que jogou profissionalmente no Japão e foi prestigiar o evento.

Na NBA, craques voam alto

O próprio Newell sabe que ainda há um longo caminho até que a NBA cogite adotar a regra. Na liga americana, jogadores como Vince Carter e Dwight Howard já deram provas de que ultrapassam facilmente os limites do aro.

Carter já venceu um concurso de enterradas quando ficou pendurado no aro pelo cotovelo. Na última edição do All-Star Weekend, Howard cravou após grudar um adesivo no topo da tabela.