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"Além de ter sido um craque, foi um grande exemplo e eu serei eternamente agradecido pelo que ele fez por mim."

Pelé.

"Depois da tragédia no Itaquerão, a morte de um dos melhores jogadores de todos os tempos: Nilton Santos. Escreveu seu nome na história do futebol com muito talento. É um orgulho ao Brasil."

Romário.

  • Nilton Santos e o Botafogo: histórias se confundem

O futebol perdeu parte de sua elegância. Morreu ontem, aos 88 anos, na Fundação Bela Lopes, em Botafogo, no Rio de Janeiro, Nilton Santos, o maior lateral-esquerdo de todos os tempos. A Enciclopédia, como era conhecido por causa de sua inigualável capacidade técnica de jogar futebol e visão de jogo.

O ex-jogador havia sido internado esta semana com insuficiência respiratória. Ele foi diagnosticado com mal de Alzheimer em 2008. Desde então, vinha morando numa clínica para idoso.

Nilton Santos só vestiu duas camisas em 16 anos de carreira: a do Botafogo (de 1948 a 1964) e da seleção brasileira.

Ele era um jogador à frente de sua época. Ao contrário dos zagueiros contemporâneos, gostava de ir ao ataque. Na Copa do Mundo de 1958, no jogo contra a Áustria, levou uma bronca do técnico Vicente Feola por ter passado do meio de campo. "O Feola dizia: ‘Onde vai esse louco’", relembrava Nilton. A jogada terminou com uma tabela com Mazzola e, na saída do goleiro austríaco, um toque sutil e com classe para fazer o segundo gol do Brasil.

Pelo Botafogo foram 729 jogos, com 11 gols e 26 títulos conquistados. Nos 16 anos de clube, muitas vezes, diz a lenda, Nilton Santos assinou contratos em branco. "Eu fazia o que gostava e ainda recebia salário. Era bom demais", dizia. "Quando as pessoas falam que se jogássemos hoje ficaríamos ricos, eu não invejo o dinheiro que eles têm. Eu invejo é a liberdade que eles têm de jogar, de poder marcar e atacar", costumava dizer, sempre com sorriso no rosto.

Foram quatro títulos cariocas, ao lado de mitos como Manga, Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo e Zagallo. Na seleção, foram três gols em 84 jogos. Foi reserva na trágica derrota na final da Copa de 1950. Jogou em 1954 e foi bicampeão em 1958 e 1962. Clássico, jamais se utilizou do "carrinho" para tirar a bola do pé de seus adversários.

Nilton se orgulhava de nunca ter perdido em campo uma decisão de campeonato. Teve seu talento reconhecido em vida. Foi eleito em 1998 o melhor lateral-esquerdo de todos os tempos. Uma estátua foi erguida no estádio Engenhão. Mas nada disso era necessário. Seus feitos pelos gramados do mundo jamais serão esquecidos. Nilton Santos é imortal. Como são os conhecimentos de uma enciclopédia. A Enciclopédia do Futebol.

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