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Enio Fornea, vice-presidente e diretor de obras do Atlético, reforça o discurso pró-ajuda estatal para concluir a Arena | Hedeson Alves/ Gazeta do Povo
Enio Fornea, vice-presidente e diretor de obras do Atlético, reforça o discurso pró-ajuda estatal para concluir a Arena| Foto: Hedeson Alves/ Gazeta do Povo

Comitê anuncia a vistoria das 12 praças esportivas

A Arena será a terceira praça esportiva do país a receber a vistoria de representantes do De­­par­­tamento de Estádios do Comitê Organizador do Mundial nesta semana. A visita começa pelos es­­tádios particulares e, após passar por Morumbi e Beira-Rio, desembarca sexta-feira em Curitiba. "Ainda não fomos comunicados oficialmente. O que eles verão é o que já viram. Isso aqui", disse Enio Fornea, durante entrevista concedida ontem na Baixada. Ele afirma que o clube está dentro do cronograma imposto pela Fifa. "As obras [de ampliação] começaram ano passado. Toda a estrutura que está abaixo das cadeiras da Brasílio Itiberê já é para a Copa, ou não se­­ria necessária", explicou.Sobre as duras críticas ao país feitas pela Fifa ontem, ao término do prazo limite para o início das obras, o dirigente rubro-negro con­­sidera estar cada vez mais evidente que o governo federal terá de colocar dinheiro para viabilizar o Mundial no Brasil.

Fifa critica morosidade

Agência Estado

A Fifa perdeu a paciência. On­­tem, dia em que acabou o prazo dado para o início das obras nos estádios da Copa de 2014, o secretário-geral da entidade, Jerome Valcke, fez duras críticas à preparação brasileira para receber o Mundial. "O Brasil não está no caminho certo", alertou o dirigente, durante evento em Johan­­nes­­burgo, na África do Sul.

A Fifa quer todos os estádios no Brasil prontos até o dia 31 de dezembro de 2012, seis meses antes do início da Copa das Con­­federações, que também acontecerá no país, um ano e meio antes do Mundial. Por isso, Valcke perdeu a diplomacia ao ver mais um prazo descumprido pelos brasileiros, que já deveriam ter começado as obras em janeiro.

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A cobrança atleticana pela participação do governo e do município na conclusão da Arena despertou o alerta nos rivais Coritiba e Paraná. O vice-presidente alviverde, Vilson Ribeiro de Andrade, e o presidente paranista, Aquilino Romani, prometeram ontem ficar atentos a qualquer possibilidade de repasse financeiro dos cofres públicos ao estádio rubro-negro.

A inviabilidade declarada pela diretoria de o Furacão de bancar sozinha as obras necessárias para abrigar jogos da Copa de 2014 reacendeu até as discussões por um estádio estatal.

"Não existe um mecanismo legal que permita o investimento público no patrimônio privado. Na minha avaliação, o posicionamento do Atlético é equivocado. Se eles não tinham como bancar o seu estádio, deveriam ter pensado antes. Se investirem dinheiro, cria-se o princípio da isonomia e o governo terá de ajudar não só o Coritiba e o Paraná, mas todos os clubes paranaenses. A saída era construir um estádio público", opina Andrade.

Romani defende a mesma ideia. "Temos o Pinheirão às traças em uma área que poderia abrigar um estádio novo para os três clubes, já que os três estádios estão inacabados. O Atlético que me desculpe, mas já existe uma preferência de verbas para alguns clubes. Assim, alguns sempre ficarão mais ricos e outros mais pobres", afirma.

O vice-presidente e diretor de obras do Atlético, Enio Fornea, não quis responder aos clubes "coirmãos", mas garantiu que o Rubro-Negro jamais adotaria outra praça esportiva. O dirigente também não crê na realização da Copa na cidade em outra edificação. "Ou é na Arena ou não tem Copa em Curitiba", afirma.

Na última semana, Fornea con­­dicionou a conclusão do estádio a tempo de receber o Mundial à participação das esferas governamentais. "A matriz de responsabilidade assinada diz que a obrigação com o estádio é do go­­verno, prefeitura e clube. Nosso discurso é o mesmo desde maio do ano passado quando Curitiba foi escolhida. O problema é que há muita conversa e nada efetivo. Já demorou de­­mais", reforça, preocupado.

O governador Orlando Pessuti prometeu marcar nesta semana uma reunião com representantes da Copa no Paraná, incluindo ainda procuradores do governo e do município, para analisar a possibilidade legal de uma parceria com o Atlético capaz de viabilizar a conclusão do estádio.

O clube se compromete a bancar um terço da obra através de fi­­nanciamento do Banco Nacio­­nal de Desenvolvimento Econô­­mico e Social (BNDES). O restante seria dividido com o poder público, uma vez que não há um investidor privado interessado no negócio.

Com o aquecimento no mercado da construção civil, o custo mínimo citado ontem por Fornea voltou ao valor inicial de R$ 138 milhões. A possibilidade de não fazer a cobertura do estádio havia diminuído o montante para R$ 98 milhões.

"Na melhor das hipóteses, se tudo desse certo agora, a obra só poderia começar em janeiro e ficaria pronta em dezembro de 2012", prevê. A data é o prazo limite apontado pela Fifa para a inauguração das praças esportivas usadas na Copa das Confe­­de­­ra­­ções-2013. "Mas essa não é a nossa prioridade. Hoje vejo que o torcedor está mais preocupado com a formação de um time forte do que com a Copa", comenta o dirigente rubro-negro.

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