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Depois do jogo em que o Londrina foi derrotado pelo Coritiba na última quarta-feira (28), o árbitro Antônio Valdir dos Santos foi alvo de muitas críticas por parte de jogadores, do técnico Mauro Madureira e do presidente do Tubarão, Peter Silva. A torcida também mostrou-se inconformada com as três expulsões do lado londrinense, além de um pênalti marcado a favor do Alviverde e um outro supostamente não assinalado a favor do Londrina.

Erros de árbitros já causaram várias confusões após 12 rodadas do Campeonato Paranaense. O jogo entre Coritiba e Londrina foi apenas mais um em vários nos quais algum dos dois lados reclamou de lances polêmicos e cartões vermelhos. Algumas equipes do interior acham que o trio de ferro da capital é favorecido, enquanto Atlético, Paraná e Coritiba também têm jogos nos quais não aprovaram a arbitragem.

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A partida com o erro mais notório foi no jogo entre J. Malucelli e Adap Galo, realizado na 6.ª rodada. Após o gol do Jotinha, o árbitro Edemar Paris autorizou o reinício do jogo quando ainda havia jogadores do time de São José dos Pinhais no campo da equipe visitante – o que infringe a regra oito International Board (que determina as regras do futebol mundial). Após esse deslize, Paris e seus auxiliares foram suspensos por 30 dias pela Comissão de Arbitragem da Federação Paranaense de Futebol (FPF).

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Caso Londrina

O presidente do quadro de árbitros do Paraná, Afonso Victor de Oliveira, assegura que no caso de Antônio Valdir dos Santos, a tendência é que não seja aplicada qualquer punição acerca dos "supostos" erros no árbitro. "Toda equipe filiada à federação tem o direito de reclamar. Se nós recebermos alguma representação e ela for enviada para nossa análise, vamos analisar e ver se há alguma procedência. Mas não vamos punir árbitros por lances de interpretação como esses. A nossa conduta é apenas punir e afastar árbitros que não souberem interpretar a regra, o que não é o caso", afirmou Oliveira.

Ainda de acordo com o presidente da comissão de arbitragem, um dos possíveis erros, na sua opinião, seria o pênalti assinalado a favor do Coritiba. "Eu não concordo com aquele pênalti, mas quem era o árbitro, ele (Santos) ou eu? Eu estava no sofá da minha casa e vi o lance várias vezes pela televisão. Já o árbitro do jogo estava no campo e teve de interpretar o que ele viu naquele momento. A verdade é que no dia que não houver reclamação, o futebol não terá graça", comentou.

Já as três expulsões foram aprovadas por Oliveira, e o pênalti não marcado a favor do Tubarão não aconteceu, segundo o ex-árbitro. "Para existir o pênalti de condução da bola com a mão é necessário precisa haver a intenção de atingir a bola e impedir que ela vá em direção ao gol. Mas no caso do jogador do Coritiba, ele não teve essa intenção, e o braço estava junto ao corpo, o que não caracteriza a infração".

Atuação da arbitragem no Estadual 2007

A Comissão de Arbitragem da FPF garante que não houve mais do que três jogos nos quais os árbitros cometeram erros mais sérios. Contudo, a reportagem da Gazeta do Povo Online apurou que pelo menos o dobro deste número de partidas geraram algum tipo de reclamação, seja por parte da equipe vencedora ou perdedora. Sem entrar em polêmicas, Afonso Victor de Oliveira defende a qualidade da arbitragem no estado em 2007.

"Jogos nos quais acontecem polêmicas como na partida de quarta-feira acabam sendo analisados pela comissão. Nós conversamos sempre com os árbitros, que fazem suas colocações, e nós fazemos as nossas observações, sejam elogios ou críticas. Não deixamos nada passar em branco", assegurou Oliveira.

O presidente da arbitragem no Paraná também critica a imprensa e a larga exposição dada apenas aos erros dos árbitros neste Paranaense. "Eu diria que a comissão está satisfeita com as atuações dos árbitros. Completamos a 12.ª rodada, ao todo já tivemos 96 jogos, e não tivemos problemas em mais de três jogos. Na verdade, a imprensa não sai em defesa da arbitragem, respeito críticas a quem merece ser criticado, mas também é necessário reconhecer os acertos, o que não costuma acontecer", desabafou.

Para Oliveira, acima de qualquer erro ou crítica, é importante lembrar o quadro no qual os árbitros se encontravam antes do início do Estadual. "Nós pegamos um quadro (de árbitros) esfacelado, desacreditado, e eu acho que o nosso rendimento está melhorando. Já estamos na 13.ª rodada e não pensamos em importar qualquer árbitro de fora. Acho que a imprensa deveria reconhecer isso também. Nós tivemos a coragem de lançar árbitros recém-formados e hoje temos um quadro exemplar", concluiu.

Jogos polêmicos

Além da partida entre J. Malucelli e Adap Galo, outros jogos geraram polêmica por conta de expulsões, faltas marcadas (ou não) ou suposta "má fé" do trio de arbitragem.

Alguns exemplos podem ser relembrados. No clássico entre Coritiba e Paraná, no qual o Alviverde venceu nos acréscimos, o técnico Zetti reclamou de uma falta que foi invertida e que gerou o lance do gol da vitória do Coxa.

No interior, o assessor de coordenação de futebol do Coritiba, Maurício Cardoso, revoltou-se com o árbitro Ito Dari Ranov, que teria agido de "má fé", segundo as suas palavras, na partida em que o Verdão perdeu para o Adap Galo em Maringá. A afirmação desagradou o presidente da comissão de arbitragem e o caso já está em tramite no Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR).

Ito Dari Ranov também envolveu-se em outra polêmica na partida entre Iraty e J. Malucelli, na qual os dois técnicos foram expulsos após invasões ao gramado, um gol do Iraty foi anulado e vários jogadores foram expulsos.

O Atlético Paranavaí venceu Atlético e Paraná no Estádio Waldemiro Wágner, mas seus dirigentes não pouparam a arbitragem, que expulsou dois atletas do ACP contra o Furacão e três contra o Tricolor.

Outro jogo complicado para a arbitragem foi entre Rio Branco e Paranavaí, no qual um tumulto generalizado também resultou em várias expulsões. Ambos os clubes tiveram jogadores suspensos pelo TJD-PR por até 120 dias.

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