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Campo Mourão – "Saí de casa para ir a uma diversão e quase voltei dentro de um caixão. De quem é a responsabilidade pelo o que aconteceu?", pergunta o torcedor do Cianorte, Marcelo Siqueira Silva, de 30 anos. Ele foi uma das 21 pessoas que ficaram feridas anteontem depois que uma das arquibancadas tubulares instaladas no Estádio Albino Turbay, em Cianorte, desabou durante o jogo entre o time local e o Galo Maringá.

Com o braço direito quebrado em várias partes, Silva conta que a arquibancada começou a balançar no momento da cobrança de falta contra o Galo Maringá. "O pessoal levantou e começou a pular. Nisso a estrutura caiu".

Afastado do trabalho de serralheiro por 120 dias, o torcedor promete procurar os seus direitos. "Paguei meu ingresso e vou contratar um advogado para exigir meus direitos", afirma Silva.

Segundo ele, a estrutura não tinha condições para suportar tantos torcedores. "As madeiras estavam todas podres".

Silva conta que após cair de uma altura de quase 5 metros, com diversos torcedores caindo em cima dele, o socorro demorou a chegar. "Foi uma sensação horrível, pensei que iria morrer. Os bombeiros demoraram mais de 20 minutos para fazer o atendimento".

A torcedora Amanda Ranucci, 15, conta que recebeu um convite de outra amiga para sentar na arquibancada ao lado. "Foi minha sorte, porque eu já estava quase subindo os degraus".

Amanda diz que sentou próximo à arquibancada que desabou e só ouviu o barulho e os gritos. "Tinha muitos torcedores berrando de dor, foi horrível".

Para o torcedor Diego Alves, 28, que apenas teve uma pequena escoriação na perna, a "falta de responsabilidade de quem colocou a arquibancada improvisada" poderia ter causado uma tragédia. "Eles querem economizar e fazem dos torcedores verdadeiros animais que têm de ficar empoleirados".

Segundo enfermeiras da Santa Casa de Cianorte, 24 pessoas foram medicadas (para a Polícia Militar, foram 21 feridos) e três continuam hospitalizados. Os casos mais graves são de torcedores que tiveram fraturas nos braços, pernas e no pé.

De acordo com o policial militar Marcelo Albini, que estava trabalhando no jogo, cerca de 600 pessoas estavam na arquibancada na hora do desabamento.

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