• Carregando...
Em Marigá para um evento com estudantes, Cielo disse que vai tentar novo treino para melhorar sua performance | Walter Fernandes / Gazeta Maringá
Em Marigá para um evento com estudantes, Cielo disse que vai tentar novo treino para melhorar sua performance| Foto: Walter Fernandes / Gazeta Maringá

Cielo quase desistiu das piscinas na infância

A vida de Cielo nas piscinas nem sempre foi de vitórias. Principal atração na abertura da Copa Unimed, para alunos entre 9 e 17 anos das escolhas públicas e particulares de Maringá, o nadador fez questão de relembrar o início na natação. "Com 13 anos quase parei de nadar porque não ganhava nada", recordou.

Os responsáveis por não deixarem o adolescente desistir do esporte foram os pais, César Cielo e Flávia Cielo. Muitas vezes o garoto chegava em casa bravo, com a cara amarrada. "Não adianta dizer que a derrota faz parte do jogo. Tem de deixar falar, chorar, dizer que vai largar o esporte. O importante é deixar desabafar. Começamos a explicar como são as coisas no outro dia", conta o pai.

A receita foi usada para a irmã do campeão olímpico, Fernanda Cielo, mas não adiantou. Campeã em diversas categorias quando era adolescente, ela resolveu deixar a natação para se tornar jornalista. "Quando ela começaria a fazer academia, depois dos 18 anos, resolveu optar pelos estudos", disse o pai. "Teria uma ótima carreira, mas a decisão foi dela."

Maringá - César Cielo vai ficar mais forte. Essa é a intenção do novo método de treinamento pelo qual o nadador optou após cirurgia de tendinite nos dois joelhos. Como o foco do nadador está no ano que vem, no Mundial de Barcelona, a nova preparação está em fase de testes para descobrir até que ponto o aumento da força física vai beneficiar ou atrapalhar o desempenho. O medalhista olímpico revelou alguns detalhes do treinamento em visita a Maringá, na abertura da 15ª Copa Unimed, para alunos entre 9 e 17 anos.

A fórmula do treinamento não é nenhuma mágica. Cielo está fortalecendo músculos que não são os essenciais durante uma prova. "Preciso saber se vai valer a pena ficar mais forte sem que isso atrapalhe dentro da água", revelou. Cielo conta que faz treinos com ritmo e velocidade de pernadas diferente do habitual. "Vamos experimentar até o final do ano para ver se é interessante usar esse treinamento laboratório na temporada que vem." Por causa da cirurgia e do novo treino, Cielo não vai participar em dezembro do Mundial de piscina curta, em Istambul, na Turquia.

O campeão olimpíco de Pequim 2008 voltou aos treinamentos há seis semanas, após a cirurgia nos joelhos. Segundo o atleta, a lesão não interferiu em nada a preparação para o Mundial de Barcelona. "A fisioterapia não acompanhava o ritmo de treino", lembrou. "Melhorava em um dia, mas logo dava uma regredida. Então, para zerar o problema, optamos pelo procedimento cirúrgico [feito durante as férias]. Estou como antes."

A inflamação nos joelhos, no entanto, não teve relação alguma com os resultados inesperados em Londres (bronze nos 50 metros livre, prova em que era especialista, e apenas o sexto lugar nos 100 metros livre). Os resultados na Olimpíada serviram para Cielo refletir se vai continuar competindo nos 100 metros nos próximos anos. "Vai depender muito da agenda da competição. Se achar que os 100 metros podem me cansar muito para as provas dos 50 metros, irei priorizar sempre os 50 metros", disse Cielo.

A preparação para Barcelona e para o novo ciclo olímpico, dos Jogos do Rio 2016, será no Brasil. O nadador não pensa mais em deixar o país para treinar. A intenção é de sair do país apenas para treinamentos curtos ou competições. "Será importante sair só para ver como estão os adversários. Minha ideia é ficar no Brasil até o final da minha carreira", afirmou

Paranaenses

Cielo apontou dois paranaenses como promessas para o futuro da natação: Henrique Rodrigues, que chegou a nadar ao lado de Cielo no Projeto Rumo ao Ouro em 2016 e que esteve em Londres, e Alessandra Marchioro.

"O Henrique é muito talentoso, grande, com uma estrutura física muito forte. Ele, com certeza, vai brigar com o Thiago Pereira por muito tempo nas provas de medley", declarou. "A Alessandra está no Fluminense e também tem muito talento. Ela e a Graciele Herrmann [gaúcha] devem dominar as provas dos 50 metros livre no Brasil nos próximos anos."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]