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Três vitórias, três empates e oito derrotas. Apenas 12 pontos em 14 jogos. Saldo de 12 gols negativos. Aproveitamento de 28,6%. Os números revelam a delicada situação do Atlético no Brasileiro, que o clube tenta mudar a partir do jogo desta quarta-feira (28), às 21 horas, contra o Goiás, no Serra Dourada.

Mesmo com 24 rodadas e 72 pontos pela frente, o Rubro-Negro já começa a olhar com atenção para a fuga do rebaixamento, admita pelo presidente do clube, Marcos Malucelli, como a luta do time na competição. Repetição de um cenário que persiste na Baixada desde 2005 (clique aqui e veja detalhes de todas as batalhas enfrentadas) – ano em que disputou a final da Copa Libertadores.

A matemática aponta em 47 a pontuação necessária para escapar da degola e mostra que o Furacão está longe dessa meta. Hoje, a equipe tem média de 0,86 ponto por jogo. Segundo o matemático Tristão Garcia, do site Infobola, o rendimento tem de ser de 1,23.

"Esse percentual faria com que o time chegasse aos 47 pontos, hoje o número mágico para se escapar com tranquilidade da zona do rebaixamento", disse, por telefone, à Gazeta do Povo.

No ano passado o próprio Furacão conseguiu fugir do descenso com 45 pontos (mesma pontuação de Santos e Fluminense; o Náutico ficou com 44 e escapou, mas o Figueirense teve os mesmos pontos e foi rebaixado). A repetição da campanha, por enquanto, não é garantia de salvação.

"É um número arriscado. Prefiro considerar os 47, que não dão chance nenhuma para o rebaixamento", completou, lembrando que a variação está dentro da margem de erro de 2% considerada no levantamento.

Os estudos de Garcia são realizados com base no desempenho das equipes a cada seis rodadas, portanto o aproveitamento e as chances do Atlético foram calculadas duas vezes. Na primeira metade, da 3ª até a 8ª rodada, o time conseguiu uma média de 1,17 pontos por jogo. Da 9ª até a 14ª rodada os números pioraram e foram conquistados apenas 0,67 p/jogo."O que preocupa é que o aproveitamento piorou, ao invés de melhorar no último levantamento. O Atlético está decaindo", diz.

A situação crítica é reconhecida pela diretoria atleticana. Em entrevista à Gazeta do Povo, o presidente Marcos Malucelli admitiu que a luta do time é contra o rebaixamento.

"Estamos na zona de rebaixamento. Os clubes que lutarão para não cair são os que estão na zona em que estamos ou próxima dela. A situação não é boa mesmo. Não fujo desta realidade", afirmou o dirigente, que atrela a permanência de Waldemar Lemos a uma melhora imediata nos resultados.

"Não posso dizer que a vida do Waldemar será eterna aqui e tão pouco que o contrato será cumprido até dezembro. De nossa parte, por enquanto ele está no cargo, mas isso tudo depende de vitórias. Não adianta eu ser o diferente. Perdeu duas, três, quatro, não há treinador que resista", reforçou.

Segundo Tristão Garcia, porém, é no trabalho de outro treinador que está a explicação para o mau momento. Com o antigo treinador, o time foi a campo cinco vezes, tendo conquistado apenas um ponto (0,20 por jogo). Waldemar Lemos ostenta aproveitamento de 1,22 a cada partida (três vitórias, dois empates e 4 derrotas).

"Se considerarmos os números do Waldemar, com essa campanha o Atlético escaparia do rebaixamento. Mas o Geninho deixou um déficit preocupante", explica o matemático.Tentando acalmar a torcida atleticana e injetar ânimo para que o time saia da situação preocupante, Garcia cita a evolução do Avaí e lembra que o rebaixamento é a última coisa a ser definida no Brasileirão.

"O Avaí, por exemplo. Eu tinha certeza, como ainda acho, que ele vai cair. Mas hoje eu não poderia cravar isso, pois teve um ótimo aproveitamento. O torcedor do Atlético pode ficar tranquilo que ainda dá tempo, mas é preciso que se faça alguma coisa urgentemente".

Os números mágicosDois pontos conquistados em cada partida, ou seja, 76 pontos após as 38 rodadas. Essa média é a ideal para que um time conquiste o título do Brasileirão. "Hoje, apenas Palmeiras e Atlético Mineiro têm esse aproveitamento e acho que neste momento começam a se definir os times que vão brigar até o fim. Quem ainda não acordou, pode dormir no ponto".

Os clubes com aproveitamento inferior a esse, segundo Garcia, precisam torcer para que os atuais líderes sejam incompetentes. "Um time que hoje tem 15 pontos (caso do Coritiba), para atingir essa média de dois pontos ganhos por jogo, precisaria ganhar 13 jogos seguidos. Ou seja, lá pela 27ª rodada ele estaria em condições de brigar. Mas, convenhamos, é bem complicado ter este tipo de aproveitamento, se até agora a equipe não conseguiu algo parecido".

Para se conquistar uma vaga na Libertadores o número apontado como ideal é 64, ou 1,66 ponto conquistado em cada partida. "Para garantir uma vaga no torneio, a equipe precisa ganhar cinco pontos em cada três jogos", explica.

Quem quiser ganhar uma vaga na Copa Sul-Americana precisa se preocupar em fugir do rebaixamento. Se isso acontecer, está praticamente garantido no torneio, afinal ganham vaga as equipes que ficarem entre a 5ª e a 12ª posição. Se o Corinthians, já garantido na Libertadores, ficar nessa faixa, o 13º fica com a oitava vaga.

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