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Para tentar diminuir a polêmica sobre os ingressos para o amistoso entre Brasil e Portugal, quarta-feira (19), a Federação Brasiliense de Futebol (FBF) e o governo do Distrito Federal diminuíram a carga destinada a convidados e ainda promoveram um sorteio de 1.500 entradas para a população de Gama, cidade-satélite de Brasília onde fica o Walmir Campello de Bezerra, o Bezerrão. Depois de críticas e reclamações da população, o total de bilhetes para a torcida chegou a 15.998.

Após a divulgação do esquema de venda, na última quinta-feira, a polêmica começou na capital federal. A primeira queixa dos torcedores foi sobre o preço dos ingressos, entre R$ 180 e R$ 250. A segunda: da capacidade de 20 mil pessoas no novo estádio, apenas 9.498 entradas foram colocadas à venda. Outras 10 mil estavam destinadas a convidados do governo, da federação e da CBF. Para piorar, dois dos organizadores do evento deram entrevistas polêmicas que irritaram quem gostaria de ir ao jogo mas não quer gastar tanto.

Fábio Simão, presidente da FBF, disse que quem não tinha condições de pagar poderia "pegar a pipoquinha, sentar no sofá e ver pela TV". Já o secretário de Esportes de Brasília, Agnaldo de Jesus, afirmou à rádio CBN que era mais vantagem ao governo dar ingressos a "autoridades do Judiciário, Executivo e Legislativo" do que vendê-los aos torcedores.

"A venda foi mal explicada e mal entendida desde o começo. A federação precisa de cotas, para convidar os presidentes de clubes, e também há patrocinadores, contratos. O custo para a realização de um jogo como esse é alto. A única maneira de pagar é com o ingresso. Os preços foram mais caros porque o estádio é pequeno. Quando o campo é maior, dá para diminuir o preço", explica Paulo Araújo, vice-presidente da federação, tentando apagar o incêndio criado pelas declarações de seus colegas.

Sorteio e distribuição de ingressos

Com a polêmica, a FBF modificou a divisão das entradas. Além das 9.498 iniciais, mais três mil foram colocadas à venda em cinco pontos e pelo site www.ingresso.com.br. Outras 1.500 foram sorteadas para a população de Gama na manhã de domingo. Mais 500 serão distribuídas a moradores de Santa Maria. O governo promete ainda dar 500 bilhetes para funcionários que trabalharam na construção do estádio. Há ainda mil ingressos destinados a turistas estrangeiros.

"Na prática, não são 10 mil ingressos para políticos, como ficou parecendo. Tivemos que inverter essa situação, pois houve muita reclamação",reconhece Paulinho.

Pelas novas contas, 15.998 entradas foram destinadas aos torcedores, entre as vendidas e as distribuídas, e 4.002 ficaram com os convidados dos organizadores da reinauguração do Bezerrão.

Movimento fraco desde o primeiro dia

Apesar da polêmica, a procura pelos ingressos não foi grande no domingo. Durante a visita do GLOBOESPORTE.COM ao estádio no domingo, nenhum torcedor foi visto na bilheteria (ao contrário das cinco mil pessoas que torciam para serem sorteadas, em um palco localizado em frente ao ponto de venda).

Segundo os seguranças, o movimento na bilheteria do estádio tem sido fraco desde o primeiro dia. Na sexta, chegou a ter uma fila para a compra dos ingressos, mas em menos de duas horas o local já estava vazio de novo.

Quem for ao jogo terá que sentar em lugares marcados, já que os assentos são numerados. Segundo Paulinho, haverá funcionários preparados para orientar os torcedores no estádio.

"É uma cultura a qual o brasileiro não está acostumado. Mas os lugares serão marcados e terão que ser respeitados", conclui.

Brasil e Portugal se enfrentam às 22h (de Brasília) nesta quarta-feira, na inauguração do novo Bezerrão, na cidade-satélite de Gama, Brasília. A equipe de Dunga terá o primeiro contato com o novo estádio na terça, quando fará um treinamento às 16h15.

A partida terá transmissão ao vivo da RPC-TV .

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