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O coxa-branco Geraldo, 18 anos, é uma das apostas de Ney Franco para a temporada. Ontem, contra o Cianorte, o angolano não decepcionou | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
O coxa-branco Geraldo, 18 anos, é uma das apostas de Ney Franco para a temporada. Ontem, contra o Cianorte, o angolano não decepcionou| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

O jogo

Líder 100%, Coritiba faz autocrítica

Quarta vitória consecutiva no Paranaense, 12 pontos e a liderança isolada assegurada – sem contar a aparição de Geraldo como novo xodó. Motivos para deixar qualquer torcedor coxa-branca plenamente satisfeito? Nem tanto.

O jogo com o Cianorte, ontem, na Vila Capanema, mostrou que a equipe de Ney Franco precisa ainda corrigir uma série de problemas, especialmente no setor defensivo. Nada mais natural, em se tratando de um início de temporada.

"Nós assumimos a responsabilidade nesse início. É melhor do que cobrar os meninos. Temos de melhorar mesmo em alguns pontos, mas o mais importante é conseguirmos os três pontos", disse o zagueiro e capitão Jéci, ao final do jogo.

Primeiramente, Ney Franco tem de solucionar o problema da lateral-esquerda. Ontem ele não contou com Luciano Amaral, titular da posição poupado para aprimorar a forma física. Porém, quando Amaral esteve disponível, o técnico mexeu algumas vezes no setor. Diante do Cianorte, o meia Enrico ocupou a vaga improvisado, no esquema com três zagueiros.

Uma ajuste na proteção da defesa e no posicionamento dos zagueiros também tem de ser feito. Por diversas vezes o adversário chegou com perigo à meta de Éd­­son Bastos. Fosse um time mais qualificado, o Coxa teria tido problemas.

Coritiba 2 X Cianorte 1

Foram mais de seis meses de espera. Contratado em julho do ano passado, o angolano Geraldo passou todo esse tempo treinando e sonhando, no alojamento do Couto Pereira, com a primeira oportunidade pelo Coritiba. Enfim, liberado pela Fifa, bastou uma só jogada para o meia-atacante tornar-se o novo xodó da torcida alviverde.

Logicamente, não se tratou de um lance qualquer. Para começar, foi logo na primeira vez em que Geraldo tocou na bola. E, concluída a ação, a bola foi parar nas redes, chutada por Rafinha, no segundo gol da vitória do Coxa sobre o Cianorte, por 2 a 1, ontem à noite, na Vila Capanema.

"Há um ano que eu não faço um jogo valendo três pontos. Felizmente, pude estrear depois de tanto tempo e já ajudar o meu time a vencer", comentou o jovem de 18 anos, nascido em Luanda e batizado como Hermenegildo da Costa Paulo Bartolomeu – o Geraldo é "emprestado" de um tio, ex-jogador de futebol. A demora pela estreia se deu por causa de uma nova determinação da Fifa, editada pouco depois da contratação do jogador, que previa um prazo para a liberação de atletas estrangeiros menores de 18 anos.

Contribuição que, certamente, agradou em cheio ao técnico Ney Franco. Afinal, o treinador coxa-branca fala abertamente que considera o jogador uma das esperanças para 2010 do clube. "O Ney Franco deposita muita confiança em mim, e consegui retribuir", diz o atleta.

Analisando pela primeira partida, Geraldo pode ser uma boa al­­ternativa para abrir o jogo pelo lado esquerdo. Assim ele se comportou nos quase 30 minutos de atuação, e por esse lado do campo partiu para cima do zagueiro, tocou por cobertura (chutou? cruzou?) e viu Rafinha aproveitar o rebote.

Antes, ainda na etapa inicial, Enrico abriu o placar, aos 15 minutos, depois de aproveitar um cruzamento vindo da esquerda. E depois, com o marcador já em 2 a 0, no segundo tempo, o volante Jean descontou. Ele entrou na área pelo lado esquerdo e chutou forte, sem chances para Édson Bastos.

Mas o início triunfal de Geraldo não ficará apenas na memória da torcida, que já gritou o nome do jogador em coro antes de ele pisar o gramado do Durival Britto, e em seguida ao gol de Rafinha. Vai valorizar, literalmente, uma nova medida do marketing coxa-branca.

Este ano, o departamento decidiu "confiscar" todas as camisas usadas por estreantes no Coritiba. Como objetivo, leiloá-las para o torcedor, através de um sistema que será implantado em breve no site oficial do clube.

E, no caso de Geraldo, o manto coritibano vem com um atrativo extra – sem contar, para os mais supersticiosos, a "estrela" (ou sorte, como queiram) do africano. O Coritiba mandou costurar na manga da camisa uma pequena bandeira de Angola, que estará sempre presente no uniforme dele.

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Veja a ficha técnica do jogo Coritiba X Cianorte

Em Curitiba

Coritiba

Édson Bastos; Pereira (Geraldo), Jéci e Lucas Mendes; Rodrigo Heffner (Fabinho), Marcos Paulo, Leandro Donizete, Rafinha (Ramon) e Enrico; Marcos Aurélio e Ariel. Técnico: Ney Franco

Cianorte

Rai; Brinner, Márcio Nunes e Jean; Catatau, Vágner Rosa, Leandro, Flavinho e Claudinho (Vinícius); Edu Gaúcho (Lucas Winck) e Joiner (Tico Mineiro). Técnico: Luiz Carlos Winck

Estádio: Vila Capanema. Árbitro: Nilo Neves de Souza Júnior. Gols: Enrico (C), aos 15 minutos do 1º tempo; Rafinha (C), aos 19, Jean (CIA), aos 27 minutos do 2º tempo. Amarelos: Leandro Donizete (C) e Edu Gaúcho (CIA). Vermelho: Vágner Rosa (CIA), aos 43 minutos do 2º tempo. Público pagante: 2.746 (3.396 total). Renda: R$ 31.225.

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