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A campanha alviverde pode até ter sido surpreendente, mas a evolução que culminou no 35.º título estadual estava traçada. Planejada. Arquite­ta­da. Do caos à glória. Do trágico rebaixamento no dia 6 de dezembro de 2009 à melhor campanha da história do Paranaense sa­­cra­­mentada ontem. A ligação entre esses dois momentos teve a participação fundamental do vice-presidente, Vilson Ribeiro de Andrade.

"Não foi por acaso. É fruto do trabalho. É justo. Nós merecemos", co­­me­­morou o dirigente, que viu o clássico ao lado da torcida, em um telão no Alto da Glória. A taça foi tam­­bém um alívio a quem decidiu encabeçar o Coxa no pior momento dos 100 anos de trajetória. "Assumir o clu­­be foi um ato de loucura. É muito difícil lidar com essa irracionalidade do futebol. O desafio foi separar a pai­­­xão sem perder o amor", contou, muito emocionado.

Uma gestão empresarial, com início difícil. "Eu tinha sob o meu portfólio [como executivo de multinacional] a gerência de um comitê de investimento de US$ 5 bilhões e passei a administrar um comitê de crise no Coritiba", relembra, citando a dívida de R$ 37 milhões. Um déficit que ele pretende sanar até 2012.

A meta foi despertar o comprometimento de todos os setores. Tudo com a maior educação. "Quando o clube foi eliminado da Copa do Brasil no ano passado, contra o Avaí, todos estavam esperando que eu desse uma porrada. Pelo contrário, fiz um discurso muito elegante, falando que eu confiava neles e que seríamos campeões paranaenses e subiríamos para a Primeira Divisão. Foi o que aconteceu", disse ele.

A elegância na oratória faz parte da postura de homem refinado. Os 62 anos não escondem os traços que o levaram a trabalhar como modelo quando jovem. Fazia peças publicitárias para ajudar no orçamento, reforçado também como monitor da faculdade de Direito e professor particular dos colegas mais relaxados. "Me esforcei bastante para conquistar o que tenho. Trabalhei muito para ter sorte", afirmou, usando a frase de um antigo mestre.

Como virginiano perfeccionista, não poderia estar à frente de um time melhor hoje. "Não nasci para ser coadjuvante. Esse foi um time de operários. Buscamos o bom – que é o meu lema – e chegamos ao ótimo", definiu orgulhoso.

Acompanhou como pode cada passo da irretocável campanha. Por causa da luta contra um câncer, fi­­cou proibido pelos médicos de al­­guns excessos. Mas hoje é tempo de festejar.

O Coxa campeão de 2011 é apenas mais um degrau na reformulação planejada. As estratégias são a longo prazo, até 2014. "Queremos o time entre os cinco melhores do Brasileiro. Nessa situação, vamos brigar por título. Fora isso, a briga é contra o rebaixamento." O elenco que tanto deu certo deve manter a sua estrutura. "Não quero vedete que me dê problema. Quero jogador comprometido", avisou.

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