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O impasse continua, mas já há data para terminar. A Arena da Baixada – e Curitiba – tem até o fim do mês para apresentar as garantias financeiras que viabilizam o término do estádio para a Copa no Brasil, em 2014. A documentação foi cobrada ontem pelo presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL), Ricardo Teixeira.

"Estou aqui na África do Sul e ainda não vi se chegou o relatório de Curitiba. Quando voltar verei se está tudo ok", disse ele.

O aval ainda não saiu da capital paranaense. Descuido que despertou a atenção de outras cidades. Florianópolis e Goiânia já começaram a trabalhar nos bastidores para ficar com a indicação curitibana. Hipótese, em princípio, descartada pela alta cúpula do COL.Teixeira confia nos novos rumos que tomou a negociação. Por isso afrouxou os prazos, não sendo tão rigoroso quanto foi com o Morumbi, em São Paulo.

A matemática que convenceu o mais importante cartola do futebol brasileiro é complexa. Os R$ 100 milhões necessários para concluir o complexo esportivo, de acordo com todas as exigências do caderno de encargos da Fifa, seriam divididos em duas partes. Um terço, ou cerca de R$ 33 milhões, sairiam dos cofres do Atlético – o clube já teria o montante para investir. O restante, algo perto de R$ 66 milhões, viria de um empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), órgão vinculado ao governo federal.

O imbróglio do momento é que para liberar o dinheiro o banco exige garantias. O Conselho Deliberativo do Rubro-Negro proibiu que o próprio estádio e o CT do Caju sejam usados como "fiadores". Na tentativa de viabilizar a negociação, a diretoria atleticana viajou na semana passada para Brasília (DF). Levou ao BNDES a proposta de dar o potencial construtivo oferecido pela prefeitura municipal para facilitar a liberação do dinheiro.

Segundo o projeto elaborado pelo Palácio 29 de Março, a Lei de Zoneamento de Curitiba seria alterada, fazendo com que o terreno da Arena passe a ser classificado como região de potencial construtivo máximo (categoria especial). Assim, o clube teria condições de negociar uma espécie de bônus construtivo – as construtoras pagariam ao Atlético, que colocaria o dinheiro na Baixada – em troca de poder erguer prédios mais altos do que seria permitido em outras regiões da cidade. Neste caso, o governo do estado, como contrapartida, repassaria à prefeitura R$ 80 milhões para ser aplicado nas desapropriações dos terrenos ao redor do estádio. O órgão ficou de estudar.

Contudo, no caso de o banco recusar o acordo, a Copel entraria como plano B. A estatal paranaense de energia bancaria os R$ 66 milhões recebendo em troca o direito de explorar a publicidade em torno do Furacão – naming rights da praça de esportes, estampar a logo na camisa do time... A proposta teria de ser aprovada na Assembleia Legislativa.

Idas e vindas que se não irritaram totalmente o presidente da CBF a ponto de Curitiba ser excluída do Mundial de 2014, ao menos serviram para deixá-lo desconfiado. Mesmo contra o relógio, os políticos paranaenses demonstram otimismo.

"Goiânia que tire o olho de cima de Curitiba. Iremos sediar a Copa sem dúvida nenhuma", ressaltou o prefeito Luciano Ducci, que participou nesta quinta-feira (8) em Johannesburgo da festa de lançamento da logomarca da segunda Copa no Brasil. "Vai dar tudo certo", emendou.

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