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Armstrong foi um dos poucos atletas envolvidos em escândalo a ter contrato rompido com a Nike | Reuters
Armstrong foi um dos poucos atletas envolvidos em escândalo a ter contrato rompido com a Nike| Foto: Reuters

No mesmo dia em que anunciou seu afastamento da presidência da fundação que dirige, a Livestrong, o ciclista norte-americano Lance Armstrong, acusado de doping, perdeu nesta quarta-feira o contrato de patrocínio com Nike. A multinacional de materiais esportivos afirma ter tomado a decisão diante das provas "insuperáveis" de que o velocista se dopou. Em nota oficial, a Nike se diz enganada por Armstrong.

"Devido às evidências aparentemente insuperáveis de que Lance Armstrong participou de doping e enganou a Nike por mais de uma década, é com grande tristeza que rescindimos o contrato com ele. A Nike não tolera o uso de drogas ilegais para melhorar o desempenho de qualquer maneira", anunciou a empresa.

Pouco antes de ter o contrato rompido com a Nike, o próprio Armstrong havia anunciado a saída da sua fundação que luta contra o câncer para que o grupo possa se concentrar em sua missão, deixando de lado as polêmicas sobre as acusações de doping feitas contra ele. Mesmo com o desligamento da entidade e do fim do contrato, a Nike ressalta que continuará apoiando o trabalho da fundação.

Semana passada, a Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA, da sigla em inglês) divulgou relatório detalhado que comprovariam as acusações de doping contra o ciclista e a sua equipe no período em que venceu sete vezes consecutivas a Volta da França, entre 1999 e 2005. Ele nega ter se dopado, mas decidiu não lutar contra as acusações da agência, dizendo que o processo é injusto.

Ao contrário do que acontece agora com Armstrong, a Nike manteve o apoio a outros atletas que se envolveram em situações polêmicas, como o golfista Tiger Woods, que sofreu com as revelações de que possuía várias relação extraconjugais, além de Ronaldo, que se envolveu com um travesti. A empresa chegou a se afastar do jogador de futebol americano Michael Vick, que organizava rinhas de cães, mas voltou a patrociná-lo.

Armstrong, que não recebe salário como presidente da fundação, permanecerá no conselho de 15 membros. Suas funções serão assumidas pelo atual vice-presidente Jeff Garvey, que foi um dos fundadores em 1997.

"Esta organização, sua missão e seus apoiadores são incrivelmente caros ao meu coração", disse Armstrong em um comunicado "Hoje, portanto, para poupar a fundação dos efeitos negativos, resultantes da controvérsia em torno da minha carreira no ciclismo, vou concluir a minha presidência".

A inspiradora história de Armstrong, que conseguiu se recuperar de um câncer testicular, que havia se espalhado para os pulmões e cérebro, para depois ganhar a principal prova do ciclismo mundial, ajudou a fundação a crescer, se tornando uma das instituições de caridade mais populares dos Estados Unidos.

Armstrong angariou uma legião de fãs e doações. Em 2004, a fundação introduziu as pulseiras amarelas "Livestrong". Foram vendidas mais de 80 milhões de unidades e ela se tornou um símbolo de conscientização e combate ao câncer.

"Quando meu tratamento de câncer foi chegando ao fim, eu criei uma fundação para atender as pessoas afetadas pelo câncer. Foi um grande privilégio ajudar isso a crescer de um sonho para uma organização que hoje atende 2,5 milhões de pessoas e ajudou a impulsionar uma mudança cultural no modo como o mundo vê os sobreviventes de câncer", disse.

Armstrong disse que vai continuar ligado ao trabalho de combate ao câncer e deve discursar na noite desta sexta-feira na festa do 15º aniversário da Livestrong em Austin.

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