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É praticamente impossível identificar na estrutura atual do Pinheirão vestígios do projeto vencedor do concurso no início da década de 70. O estádio concebido por três jovens arquitetos ganhou a preferência da FPF pela imponência e modernidade. Mas quase nada da idéia saiu do papel.

"Judiaram de um filho meu", define José Sanchotene, um dos idealizadores, ao lado de Alfred Willer e Oscar Müeller. Hoje, aos 62 anos, ele fala com descontração das mudanças que renderam até um processo judicial. "É muito ruim quando não se respeita o trabalho de um profissional", comenta.

O arquiteto aponta as cadeiras superiores como única (e tênue) lembrança da planta original, feita com base no Mineirão e no Maracanã. "Houve muita confusão. A obra ficou parada por anos", relembra. Foram 13 anos de interrupção até a retomada dos serviços em 85, com Onaireves Moura.

O gaúcho residente em Curitiba e com obras respeitáveis no currículo – como as sedes da Petrobrás e do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) no Rio de Janeiro – justifica a antiga má visibilidade do estádio com o início das transmissões televisivas. "Precisava da geral para poder cumprir a exigência de 120 mil lugares. Mas com a colocação das placas de publicidade ficava muito difícil para quem estava nesse local ver o gramado."

Se já faltava identidade, o tempo se encarregou de tornar o palco obsoleto na opinião do arquiteto. "É um estádio ultrapassado. Hoje a solução seria transformá-lo num formato de arena", indica. (ALM)

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