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Ele errou o chute, a bola foi à linha de fundo, rompeu a rede e foi parar dentro do gol. Em seguida, sem vacilar, ao ver a indecisão do árbitro e do bandeirinha, levantou os braços e comemorou com um largo sorriso no rosto.

Rodrigo, de 29 anos, zagueiro do Rio Branco, não tem vergonha de assumir a artimanha. Foi com esse "truque" que ele abriu o caminho para o empate contra o Nacional, em Rolândia. E também detonou a carreira de Ito Dari Rannov, juiz da partida, e Paulo César Beskow, o assistente.

"Vi a bola entrando pelo lado, mas como todo mundo ficou na dúvida, corri para festejar. Às vezes, é preciso ter malandragem", admitiu o defensor do Leão da Estradinha, em entrevista por telefone à Gazeta do Povo.

"A arbitragem não me perguntou nada. Acredito que como o goleiro foi para o chão, acharam que acertei o arremate no ângulo. Só pode ser isso. Apenas alguns jogadores da equipe adversária vieram reclamar comigo. Os atletas notaram que foi fora, assim como a torcida", seguiu.

Com relação às consequências do golpe de vista, Rodrigo pede trégua para os apitadores. "Eles não tiveram má-fé. Depois do gol, ficaram muito nervosos. Houve até invasão de dirigentes no campo. O Ito é um excelente profissional. Não deveria haver punição alguma", disse ele.

De acordo com o presidente da Comissão de Arbitragem da Federação, Afonso Vítor de Oliveira, haverá apenas uma lacuna para os responsáveis na escala. Eles não devem aparecer no sorteio das próximas rodadas do Estadual.

Rannov, ao amargar uma pequena geladeira, reprova o gesto do zagueiro parnanguara. "Foi uma atitude antidesportiva. Ele influenciou, sem dúvida, na decisão que tomamos. Mas claro que a culpa é toda nossa, pois não podemos esperar muita coisa nesse sentido dos jogadores. São malandros...", lamentou.

Rodrigo já rodou o estado. Defendeu Londrina, Paranavaí e Nacional. Diz conhecer todos os árbitros paranaenses – e não acredita que irá sofrer represálias da classe. "Estou há cinco anos no futebol daqui e todos me conhecem. Não haverá problemas."

No campo jurídico, há possibilidade remotíssima de punição pela esperteza. Segundo rege o Código Brasileiro de Justiça Desportivo (CBJD), no artigo 258, "assumir atitude contrária à disciplina ou à moral desportiva, em relação a componente de sua representação, representação adversária ou de espectador" pode acarretar suspensão de um a dez jogos ao infrator.

No ano passado, o então atleticano William incorreu na mesma falta e sequer foi levado ao banco dos réus. No confronto diante do Império o meia finalizou errado, mas correu para o abraço ao perceber a trapalhada de Rogério Luder (auxilar daquele duelo na Arena) e José Francisco de Oliveira (o árbitro).

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