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Dirigentes de Athletico, Coritiba, Bahia, Ceará, Fortaleza, Internacional, Palmeiras e Santos têm reunião marcada para a próxima terça-feira (14) com a Turner. O grupo americano, dono dos direitos de transmissão desses clubes para o Brasileirão na TV fechada, é protagonista de um impasse sobre a continuidade dos contratos e, até aqui, não pagou a parte igualitária da cota da temporada (R$ 10 milhões por equipe).

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A proximidade do início do campeonato, marcado pela CBF para 9 de agosto, é um fator que pode acelerar um desfecho do caso. Em nota enviada aos times no mês passado, a Turner havia pedido uma "solução definitiva" até o fim de junho, ameaçando buscar seus direitos. No entanto, o prazo passou e uma nova reunião foi marcada para a próxima semana.

Os clubes querem a manutenção do acordo, válido até 2024 na maioria dos casos – a exceção é o Inter, que tem vínculo até o fim da temporada 2020. O Colorado, aliás, tratava individualmente com a Turner, mas recentemente se juntou ao bloco de negociação, conduzido pela empresa Livemode.

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A Turner, por outro lado, quer rescindir o contrato – fechado antes de o grupo ser comprado pela AT&T e considerado muito caro pela nova direção. A empresa alega que os times desrespeitaram cláusulas e ameaça cobrar multas individuais de R$ 300 milhões. Oficialmente, no entanto, o grupo não confirma a intenção de encerrar os vínculos.

Há dois fatores, porém, que podem influenciar uma mudança de posição dos americanos: a recente aproximação do bloco de times com o governo federal e também a edição da MP-984, que mudou a lógica do direito de arena.

Com a medida provisória, teoricamente, os canais da Turner poderiam transmitir todos os jogos de seus parceiros como mandantes, não apenas as partidas cruzadas entre eles. O cardápio, que era de 56 duelos, passaria para 152, melhorando o produto da empresa, mas ainda não há segurança jurídica para essa interpretação.

Contratualmente, contudo, há uma limitação de duas partidas por rodada (até 76 na temporada). Ou seja, essa regra poderia até ser rediscutida, mas aí os times teriam redução de até 20% de seus contratos de TV aberta, fato previsto em contato com a Globo.

Mesmo assim, a MP 984 traz uma vantagem clara para a Turner, caso ela esteja disposta enfrentar eventuais batalhas jurídicas. E a foto dos dirigentes ao lado do presidente Jair Bolsonaro serve de pressão para o grupo americano rever sua postura.

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Procurada, a Turner não confirma se vai transmitir a primeira rodada do Brasileirão, daqui a um mês.