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Referência como espaço virtual de atleta, o blog do Giba mantém os fãs informados sobre a vida do jogador na Rússia e já chama a atenção de investidores | Reprodução
Referência como espaço virtual de atleta, o blog do Giba mantém os fãs informados sobre a vida do jogador na Rússia e já chama a atenção de investidores| Foto: Reprodução

Novas ferramentas são vistas com desconfiança

Os campeões brasileiros não só engatinham no uso da internet como ferramenta de autopromoção como também são pouco ousados em suas escolhas virtuais. Assim, desperdiçam um grande espaço em potencial para publicidade. A doutura em Ciências da Comunicação e pesquisadora em Novas Mídias, Pollyana Ferrari, estima que 80% dos usuários da internet no Brasil participam de alguma rede social – o quase demodê Orkut, o Facebook e o fenômeno do Twitter. As ferramentas, porém, ainda são vistas com receio pelos atletas.

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Campos, quadras, pistas, tatames, piscinas e tablados já não são suficientes para os seduzir o público. Além de ver medalhas sendo conquistadas, os fãs querem estar próximos de seus ídolos. Para tanto, os campeões podem extrapolar o mundo real e se lançar nos bytes da era digital. Aventura que os atletas brasileiros começam a arriscar somente agora, 20 anos depois da chegada da internet ao país.

"O atleta é uma marca, precisa potencializar isso. A internet é um bom meio, seja com a criação de sites, blogs ou outras mídias sociais, como Facebook, Orkut ou Twitter. O Giba é um atleta que faz isso muito bem", diz o publicitário Ricardo Cabianca, sócio da WB4B/C, empresa de e-commerce e estratégias de e-marketing.

Há oito meses o campeão do vôlei mantém o Blog do Giba. Criado para contar os bastidores dos Jogos de Pequim (em que conquistou a medalha de prata), o blog ganhou novo visual no início deste mês. Atualizado constantemente, ora com fatos da família do atleta na Rússia ou com resultados de seu time, o Iskra Odintsovo, tem na interação com os fãs uma das suas virtudes. "É uma forma de as pessoas saberem o que estou fazendo", diz o paranaense.

Ao criar um público cativo, explica Cabianca, o atleta torna-se mais interessante sob o olhar de outra parcela da sociedade: os patrocinadores, interessados em vincular a marca de suas empresas a rostos vencedores e bem aceitos pela população.

Por esse motivo, o nadador medalha de ouro nos 50 m livre em Pequim, Cesar Cielo, criou seu site oficial, em fase final de construção.

"É para dar visibilidades aos meus patrocínios. Tive a experiência de manter um blog durante os Jogos. O retorno foi muito bom. Vou criar um blog no site, para contar coisas da minha vida de atleta, quem sabe convidar amigos meus das piscinas para contar suas experiências" diz.

Sem patrocínio, a ginasta Jade Barbosa tem utilizado o seu site para vender. A atualização das notícias não é o forte do endereço virtual, mas a intenção maior da atleta de 17 anos é utilizar o espaço para o comércio virtual de produtos licenciados com sua marca, a Jade Sport. Em março, lançou uma campanha para a venda de camisetas. O dinheiro arrecadado irá para bancar o tratamento da lesão de punho que limita seus treinamentos.

"A intenção é ter essa loja e deixar alguma coisa para ela tocar a vida, depois de encerrar a carreira na ginástica", conta o pai da atleta, César Rodrigues Barbosa.

A ocupação da web por atletas brasileiros ainda é tímida, no entanto. E desperdiça um campo potencial de publicidade. "Aqui nos Estados Unidos, todos têm sua página pessoal", conta Cielo, que treina no Alabama.

Por aqui, predominam os sites e blogs de atletas ainda em atividade. Nomes consagrados do esporte nacional, como Magic Paula, Hortência e Oscar Schimidt, para ficar só nas estrelas do basquete, não têm sites oficiais.

Ouro nos Jogos de Barcelona (1992), o ex-levantador da seleção de vôlei, Maurício Lima, é um dos poucos vetetranos que excedem à regra. Mas há cinco meses é que resolveu cair na rede.

"Foi pela necessidade de manter contato com os fãs, já que isso não acontece mais nas quadras. Também para estabelecer contatos profissionais. Já está dando certo: sou convidado para palestras e seminários", conta.

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