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Familares e torcedores do Atlético dão adeus a Biazzetto no salão nobre da Arena | Antonio Costa Gazeta do Povo
Familares e torcedores do Atlético dão adeus a Biazzetto no salão nobre da Arena| Foto: Antonio Costa Gazeta do Povo

O Atlético perdeu ontem o lí­­der do time que deu ao Rubro-Ne­­­­gro o eterno apelido de Fu­­ra­­cão. Nillo Biazzetto tinha 89 anos e foi zagueiro e capitão da equipe campeã paranaense em 1949, com uma campanha histórica: 11 vitórias seguidas. Um câncer no sistema linfático ti­­rou a vida de uma figura que se de­­dicou ao mesmo tempo a duas carreiras: no Atlético e no Banco do Estado (Banestado).

A dobradinha jogador-bancário começou praticamente ao mesmo tempo, na virada da dé­­cada de 1930 para 40. Nillo ha­­via trocado o Coritiba (clube en­­tão mais próximo à sua casa) pe­­lo maior rival e, logo depois, passou em quarto lugar no concurso do banco. Os principais diretores da instituição eram atleticanos e devem ter ficado fe­­lizes com os feitos do funcio­ná­­rio dentro de campo: campeão pa­­ranaense em 1943, 45 e 49, além de ter vestido a camisa rubro-negra por 12 anos.

"Nillo Biazzetto era um za­­guei­­­ro vigoroso, bom marcador e leal", afirmou o historiador do Atlético, Heriberto Ivan Ma­­cha­­do. Entre os ex-companheiros, fi­­ca o lamento pela perda de um amigo. "Ele era extraordinário co­­mo jogador e como pessoa. Era um verdadeiro capitão e lí­­der daquele Furacão e, além de companheiro, foi um grande amigo", diz Jackson Nascimento, hoje com 87 anos, atacante do ti­­me de 1949.

Aquele ano, aliás, rendeu a Nillo o apelido de Capitão Fura­­cão, graças a um time que em 12 jogos fez 49 gols e levou 19. O feito histórico da sequência de vitórias só foi superado pelo Atlético em 2008. "É uma grande perda e que merecia muito mais reco­nhe­cimento do Atlé­­tico. Mas o no­me dele nunca vai desaparecer da história", co­­menta Jack­­son, que descreve Nillo como al­­guém com inteligência e autoconfiança acima da média.

Tais características ficavam evidentes para os novatos do clu­­be. "Ele impunha respeito. Quando os mais jovens chegavam ao time profissional, como eu, tínhamos de respeitar a figura do Nillo", diz o parceiro dele de defesa nos anos 1940, Waldo­mi­ro Galalau.

Líder fora dos campos

Depois de anos como capitão do time, decidiu parar e se dedicar à vida de bancário. Nillo pendurou as chuteiras em 1952 e já no ano seguinte assumiu a presidência do Sindicato dos Bancá­­rios do Paraná, cargo que ocupou por três gestões. Mas, mesmo assim, nunca se afastou do Atlético. Foi conselheiro do clube e entre 2002 e 2003, presidiu o Conselho Deliberativo.

O ex-jogador atleticano começou a ser velado na noite de on­­tem na sala VIP da Arena da Bai­­xada. Às 16 h de hoje, o corpo se­­­­gue para uma cerimônia de cremação restrita aos familiares, no Crematório Perpétuo Socorro, em Campo Largo.

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