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Buenos Aires – Mesmo depois de três Libertadores e o vice- continental de 2005, parecia que ainda faltava alguma coisa para o Atlético consolidar sua imagem internacional. Algo como uma partida contra o River Plate, no Monumental de Nuñez. Quem sabe uma vitória sobre os hermanos. Talvez exatamente o que aconteceu ontem em Buenos Aires: logo em seu primeiro jogo contra um argentino, o Furacão venceu por 1 a 0 e mostrou que o El Paranaense não foi apenas uma nuvem passageira pela América.

Apesar de ter decidido a Libertadores há pouco mais de um ano, o time chegou quase anônimo a Buenos Aires. Mesmo jornalistas especializados admitiram saber muito pouco sobre o adversário do River nas oitavas-de-final da Sul-Americana.

No Monumental, os argentinos conheceram um time que abusou do futebol de resultado. Que apostou tudo na marcação forte e algumas saídas em velocidade. Que no segundo tempo chegou a abdicar do ataque. Mas que, acima de tudo, se mostrou capaz de vencer os "millonários" no lendário estádio em que a Argentina se sagrou campeã do mundo em 1978.

Graças ao gol de Marcos Aurélio aos 26 minutos do primeiro tempo, apenas completando uma ótima jogada de Denis Marques pela esquerda, e uma série de defesas de Cléber. Aliás, agora os argentinos entenderam porque o compatriota Navarro Montoya – única referência deles no Atlético – é reserva no Brasil.

É verdade que um certo desinteresse do River pela Sul-Americana ajudou. Priorizando o Campeonato Argentino, o técnico Daniel Passarella escalou apenas três titulares para começar a partida: Gerlo, Ferrari e Falcao. No segundo tempo usaria ainda Belluschi, Ortega e Higuaín.

Mas nem isso tranqüilizou o debutante Furacão, que começou muito mal. Compreensível para quem vivia o primeiro contato com um dos famosos times copeiros argentinos e sua incansável torcida. Foi sorte não ter tomado o gol no início, o que poderia desestabilizar de vez os jogadores. Aos poucos a equipe foi se sentindo mais à vontade e, para ajudar, conseguiu abrir o placar em seu primeiro bom lance ofensivo. O gol mostrou que também era possível atacar e talvez fazer mais. Porém, para quem jogava pela primeira vez em território argentino, o placar estava mais do que bom e o time optou por se defender até o fim. Deu certo, não sem uma boa dose de emoção. Depois da partida, enquanto os jogadores atleticanos saudavam os torcedores que foram a Buenos Aires, a torcida do River cantava algo como "Não importa perder agora. Contra o Boca temos de ganhar", em referência ao clássico que vai parar o país no próximo dia 8. Um contraste total com o sentimento rubro-negro de que tudo o que importa no momento é a histórica vitória em Nuñez.

Em Buenos Aires

River Plate 0Lux; Ferrari, Nasuti, Gerlo e Mareque; Augusto Fernández (Belluschi), Pusineri (Ortega), Sosa e Sambueza; Farías e Falcao (Higuaín). Técnico: Daniel Passarella.

Atlético 1Cléber; Jancarlos (William), Danilo, João Leonardo e Michel; Erandir, Marcelo Silva, Cristian e Ferreira; Marcos Aurélio (Paulo Rink) e Denis Marques (Alan Bahia).Técnico: Vadão.

Estádio: Monumental de Nuñez.Árbitro: Martín Vázquez (URU).Gol: Marcos Aurélio, aos 26 do 1.º tempo.Amarelos: Sosa, Nasuti e Gerlo; Michel e João Leonardo.

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