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Eleição

Situação quer impugnação de adversários

As eleições do Atlético estão cada vez mais quentes. Ontem a chapa "Paixão pelo Furacão", encabeçada pelo atual vice-presidente, Diogo Fadel Braz, entrou com um pedido de impugnação do grupo de Mário Celso Petraglia, o "CapGigante".

Segundo a chapa de situação, há conflito de interesses na intenção de Petraglia se eleger presidente do Conselho Administrativo e Antônio Carlos Bettega e José Cid Campelo comporem o Deliberativo. Isso porque fazem parte da Sociedade de Propósito Específico (SPE), responsável por concluir as obras da Arena para a Copa do Mundo de 2014.

"A CapGigante tem 24 horas, ou seja, quinta-feira [hoje], às 18 horas, para se manifestar. Depois a Junta Eleitoral também terá 24 horas para julgar o pedido", disse o presidente da Junta, João Luiz Rego Barros.

Em entrevista ontem à Rádio 98 FM, Petraglia definiu como "ridícula" a insinuação do grupo de oposição. "[Acusações] ridículas. Absolutamente ridículas... Serei subordinado ao Deliberativo, que tem 300 atleticanos das mais diversas formações, que cobrarão resultados da SPE. Todos somos subordinados ao Conselho Deliberativo. Prestaremos contas, como sempre fizemos", disse.

Na mesma entrevista, o ex-presidente atleticano garantiu que, se for eleito, o clube não irá negociar seus pratas da casa. "Não venderemos jogadores que formaremos. Não precisamos vender mais. Não venderemos Jadsons, Fernandinhos, Netos, Rodholfos, o time inteiro de 98, do lateral-direito ao ponta-esquerda", garantiu.

O pleito atleticano está marcado para o dia 15 de dezembro. Ontem o juiz Helder Luis Henrique Taguchi, da 19ª Vara Cível de Curitiba, revogou a liminar da CapGigante, que adiava as eleições para o dia 18. Argumentou que o prazo inicial de inscrição foi respeitado. Por isso não haveria motivo para o pleito ser adiado. (RM e Fernando Rudnick)

Queda de patrocínio, publicidade, número de sócios, exposição nacional. Tudo somado à saída da Arena e a mais 20 mil quilômetros em viagens. Isso é o que espera o Atlético na Série B em 2012.

O primeiro impacto já mexe nos cofres da Arena. Estudo apresentado ontem pela Pluri Consul­toria, empresa especializada em negócios relacionados ao esporte, apontou uma desvalorização de um milhão de euros no valor de mercado do time.

Pela projeção apresentada, o valor do elenco – estimado no início do ano em 24,4 milhões de euros – foi rebaixado para 23,4 mi da moeda europeia. O maior declínio entre as 25 equipes analisadas.

De acordo com o consultor Fer­nando Pinto Ferreira, a conta é simples. "Houve a combinação de três fatores. O primeiro são alguns jo­­gadores em fase mais madura de carreira que não se valorizaram ou até mesmo perderam valor. O se­­­gundo são os atletas que tinham um valor um pouco mais alto, não renderam e por isso não se valorizaram ou se desvalorizaram. O terceiro e principal: não houve revelações de peso no Brasileiro."

A conta para baixo tem ainda outros fatores. De acordo com a consultoria Informidia, a queda também afetará a imagem atleticana. Longe dos holofotes, o Fura­cão terá dificuldades para fomentar receitas.

"A Bandeirantes, por exemplo, que transmite a Série B em rede nacional, tem seis pontos no Ibope [em São Paulo]. A Globo tem 24. Isso repercute na visibilidade do patrocinador e quanto valeria a marca Atlético", argumenta Rodri­­go Barros, gerente da empresa.

Dentro de campo, há ainda o choque cultural. "Disputamos a Série B ainda com a mentalidade de Série A. O espírito, o estilo do jo­­ga­­dor é diferente", avisa Marcelo Segurado, superintendente de fu­­tebol do Goiás. "Na Segunda Divi­­são vem todo mundo fechado, querendo fazer o melhor contra nós. É a oportunidade de ser visto."

Nenhum dos quatro rebaixados no ano passado (Vitória, Goiás, Guarani e Barueri) conseguiu re­­tornar de bate-pronto.

A dificuldade com as viagens maiores também pesará na Baixa­­da. O Furacão viajou neste ano cerca de 32 mil quilômetros. A milhagem vai aumentar para 50 mil no "lado B" da bola. "Os campos são horríveis, é muito mais difícil trazer jogadores. Eles preferem jogar em times menores, mas na Série A", alerta Segurado.

Diante desta espécie de castigo, o clube também fica mais sensível a perder jogadores que despontaram nesta temporada, como o volante Deivid e o zagueiro Ma­­noel. O último já é especulado no In­­ternacional. No entanto, o presidente Marcos Malucelli não acredita em uma debandada.

"Depois da vitória contra o Cori­tiba eu conversei com os jogadores e todos, inclusive estes dois, manifestaram o desejo de permanecer no ano que vem", conta o di­­ri­gente. "Eu tinha dito para o Ma­­noel no começo de 2011 que, se no final do ano aparecesse um comprador, eu não me oporia. Mas isso vale para o meu mandato, que acaba dia 15", ressalta.

Quanto às perdas financeiras em 2012, Malucelli admite que publicidade e patrocínios irão despencar, mas não sabe especificar em cifras. "Não tenho esse número. Vai ficar a cargo da próxima di­­re­­toria fazer a avaliação". In­­ter­­na­­mente, especula-se uma baixa de 40% nas receitas.

Outro complicador é o local dos jogos. Sem a Arena, em obras, a casa segue indefinida. Para não perder sócios por falta de cadeiras e comodidade, a ideia é jogar como locatário no estádio do Coxa, o Couto Pereira.

Pelo menos o Furacão tem um trunfo: o dinheiro da televisão. Pelo contrato, o Rubro-Negro mantém no primeiro ano fora da elite o mesmo valor acordado caso estivesse no primeiro escalão – R$ 29 mi­­lhões, o dobro do que re­­cebeu nes­te ano. É o mais endinheirado da Segundona.

Graças ao aporte, o Atlético de­­sembarca na divisão inferior como favorito para conseguir o acesso.

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