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Márcio Lara, atual diretor do Atlético, com a camisa fruto de doação da loja do clube, e Mario Celso Petraglia,presidente do Conselho Deliberativo. A foto é do dia da eleição no Furacão, em 12 de dezembro de 2015. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Márcio Lara, atual diretor do Atlético, com a camisa fruto de doação da loja do clube, e Mario Celso Petraglia,presidente do Conselho Deliberativo. A foto é do dia da eleição no Furacão, em 12 de dezembro de 2015.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

A CAP Gigante, chapa de situação do Atlético-PR, recebeu da loja oficial do próprio clube uma doação de camisetas para a campanha eleitoral de 2015. Na oportunidade, o Furacão era presidido por Mario Celso Petraglia, que encabeçou o grupo reeleito ao lado do médico Luiz Sallim Emed para mandato até 2019.

O pedido de suporte para a campanha foi feito pelo então diretor de marketing do Rubro-Negro, Mauro Holzmann, ao administrador da loja oficial, Horley Cordeiro, na ocasião. Ao custo de R$ 36 mil, foram confeccionadas e doadas três mil camisetas pretas, com a inscrição CAP Gigante e a gola em vermelho

“Cada camiseta teve um custo de R$ 12. O Mauro Holzmann pediu se eu poderia participar doando as camisetas e eu entreguei dentro de 15 dias em diversos malotes”, afirma Horley Cordeiro, que por 10 anos foi parceiro do Atlético e administrador das lojas oficiais do clube no Estádio Joaquim Américo.

Em email enviado dia 20 de outubro de 2015, Holzmann pede a contribuição. No mesmo dia, Cordeiro responde questionando qual seria a campanha. “Nossa campanha de reeleição no clube. Não precisamos de recursos apenas camisetas”, explicou o diretor do Atlético. Veja a reprodução dos e-mails abaixo.

Na verdade, não tive outra escolha a não ser fazer. Eu administrava a loja oficial do clube há mais de 10 anos e com certeza iria receber represálias se não fizesse. Mesmo doando, acabei recebendo represália no futuro”, comenta o ex-lojista à Gazeta do Povo, que participou do projeto para abertura da nova loja, mas acabou excluído do empreendimento.

Ouça a denúncia do ex-lojista

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Por causa da saída do projeto, Cordeiro decidiu processar o clube em 2016. O antigo parceiro pede indenização de R$ 50 mil em processo que corre na 6ª Vara Cível de Justiça. “Dediquei dois anos para a montagem da nova loja e faltando 20 dias para a inauguração o clube disse que iria administrar por conta própria. Usaram meu conhecimento”, questiona Cordeiro.

A reportagem entrou em contato com o Atlético para ouvir o clube sobre o assunto, entretanto, não houve resposta. Mauro Holzmann também foi questionado, por telefone, mas desligou ao saber qual era o tema. O diretor do Furacão foi perguntado também por WhatsApp, visualizou as mensagens, mas não respondeu.

As eleições do Atlético em 2015 foram das mais acirradas da história do clube. O grupo de situação, CAP Gigante, liderado por Petraglia, candidato ao Conselho Deliberativo, bateu a chapa de oposição, Atlético de Novo, de Henrique Gaede e João Alfredo Costa Filho, por 2909 votos a 2660, diferença de apenas 249.

Procurado, o oposicionista Henrique Gaede, derrotado na corrida pelo comando do Rubro-Negro, cobrou explicações da atual diretoria. “Na última eleição, tivemos vários casos de abuso de poder, que deixaram muito claro a utilização de toda estrutura do clube para beneficiar a chapa de situação. A torcida do Furacão precisa de respostas”.

Conversa por email entre Mauro Hozlmann e Horley Cordeiro

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