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Renato Gaúcho concede a última entrevista no CT do Caju: resultados ruins e cobranças abreviaram  a passagem do treinador pelo Atlético | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
Renato Gaúcho concede a última entrevista no CT do Caju: resultados ruins e cobranças abreviaram a passagem do treinador pelo Atlético| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

Antônio Lopes assume pela quinta vez

Após um dia cheio de especulações, onde o favorito para assumir o cargo de Renato Gaúcho era Pau­­lo César Carpe­­giani, um velho conhecido da torcida atleticana foi anunciado como novo treinador: Antônio Lopes.

O diretor de futebol Alfredo Ibia­pina confirmou a contratação à reportagem, no final da noite de ontem.

Esta será a quinta passagem do "Delegado" pelo Furacão. A primeira delas em 2000, na Copa João Havelange. A última em 2009 e 2010– quando foi demitido pela atual diretoria e saiu disparando contra o clube e seu sucessor, Le­­andro Niehues, que não está mais no clube.

Lopes parte já na manhã de hoje do Rio de Janeiro, onde mora, em direção a Porto Alegre, onde o Atlético enfrenta o Grêmio no domingo, às 16 horas.

O contrato com o técnico é de apenas três meses, porque Marcos Malucelli deixará a presidência no fim do ano e acredita que a próxima diretoria deve escolher o treinador para 2012.

Além de Lopes, o preparador físico Riva Carli também está de volta ao clube. Ele substitui Ale­­xandre Men­­des, que saiu junto com Re­­nato Gaúcho.

Chega, perde e vai...

O próximo técnico será o sexto do ano no Atlético e o nono na gestão Marcos Malucelli. Em 2011 foram Sérgio Soares, Geninho, Adilson Batista, Leandro Niehues e Renato Gaúcho. Desde 2009, quando o atual presidente assumiu o clube, também comandaram o Furacão os treinadores Waldemar Lemos, Antônio Lopes e Paulo César Carpegiani.

  • Renato em frases

A expressão de resignação e a voz calma e espaçada deram o tom da última entrevista de Renato Gaú­cho no Atlético. Com um discurso novamente baseado em lamentações, ele se desligou do clube alegando que precisa resolver problemas particulares.

Para trás, depois de 56 dias, deixou o time na mesma posição de quando assumiu, na vice-lanterna do Brasileiro (18 pontos).

Assim, o ex-atacante não conseguiu cumprir a única promessa que havia feito quando chegou à Baixada: a de que tiraria o time da parte de baixo da classificação. Até alcançou um rendimento razoável no Nacional, de 47%. Fo­­ram quatro vitórias, cinco empates e três derrotas. Quando somados os dois reveses da Sul-Ame­­ri­­cana, o aproveitamento cai para 40%.

Além dos números, dos quais não cansou de se gabar, sempre creditando a má posição à herança recebida do antecessor Adilson Ba­­tista (1 ponto), Renato deixou a marca que sempre lhe foi peculiar: não ter papas na língua.

Desde que desembarcou em Curitiba, disparou para todos os lados. Não à toa que, segundo apurou a reportagem, o relacionamento com a direção já apresentava desgastes, tendo sido um dos fatores que culminaram na saída.

A versão de Renato é de que o pedido de demissão foi por razões particulares. A decisão foi tomada após a derrota para o Atlético-MG, na quarta-feira, po­­rém comunicada ao diretor de futebol Alfredo Ibiapina só ontem pela manhã.

A notícia pegou de surpresa o presidente do clube, Marcos Malucelli, que contou ter conversado com o treinador depois do jogo, sem que ele tenha demonstrado a intenção de deixar o clube.

A saída foi facilitada por não haver multa contratual. "Quero que fique claro que não tem convite de nenhum outro clube. Tenho de resolver alguns problemas", declarou Renato, desmentindo os boatos que o ligavam ao Vasco.

Pela decisão repentina, pediu desculpas a Ibiapina e Malucelli, tentando manter as aparências. "Estou saindo de cabeça erguida e quem sabe numa próxima vez não voltemos a trabalhar juntos", disse, emendando um afago nos jogadores. "Foi muito triste [me despedir deles], da mesma forma que eles ficaram. De uma forma ou de outra, eu e a comissão técnica demos a nossa contribuição", encerrou.

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