• Carregando...
O atleticano Cryzan desliza para impedir o avanço do paranista Netinho. Gramado encharcado prejudicou o jogo na Baixada | Giuliano Gomes /Tribuna do Paraná
O atleticano Cryzan desliza para impedir o avanço do paranista Netinho. Gramado encharcado prejudicou o jogo na Baixada| Foto: Giuliano Gomes /Tribuna do Paraná

Crise

Após derrota, gerente de futebol chora e alerta para fim do Paraná

Diego Ribeiro

O gerente de futebol do Paraná, Marcus Vinícius, fez um desabafo melancólico após a derrota por 1 a 0 no clássico contra o Atlético. Ele alertou sobre a possibilidade de o clube acabar ainda neste ano. Chorando, o dirigente avisou que não consegue mais trabalhar com funcionários com sete meses de salários atrasados.

"Se [os torcedores] não se unirem, o Paraná vai acabar esse ano. É triste, mas a justiça vai tomar tudo se os paranistas não se unirem", afirmou após o jogo.

Chorando, Marcus Vinícius saiu em defesa dos funcionários do clube que trabalham nos bastidores do futebol. Segundo o gerente, no final do ano ele chegou a dar dinheiro para colegas de clube para poderem passar melhor o Natal.

"O Paraná chegou numa situação que não tem mais como. Esse choro meu é um choro de todos os funcionários. Cada lágrima representa um deles", disse. "A tia da cozinha vira para mim e diz que não tem comida. Isso é muito triste".

Depois do desabafo, Marcus pediu desculpas e saiu da sala de imprensa.

Em duelo equilibrado e prejudicado pelo campo pesado após a forte chuva que caiu em Curitiba no final da tarde, o Atlético venceu o Paraná por 1 a 0, no domingo (8), na Arena da Baixada, e conquistou sua primeira vitória no Campeonato Paranaense.

O triunfo do Furacão ainda ampliou a condição de freguês do Tricolor no clássico atuando como visitante na Arena, desde a reformulação da casa rubro-negra, em 1999. Desde então, são 15 vitórias do Atlético, seis empates e apenas dois triunfos tricolores na Baixada.

O 88.º confronto da história entre atleticanos e paranistas foi definido após erro individual do lateral-direito Netinho. Aos 27 minutos da etapa inicial, na sequência de cruzamento de Mário Sérgio da direita, o lateral paranista perdeu o tempo da jogada e tocou com a mão na bola dentro da área. Na cobrança da penalidade, o meia Bruno Pelissari deslocou Marcos com categoria e anotou o gol da vitória rubro-negra.

Após o jogo, os garotos do sub-23 atleticano revelaram alívio pela conquista do primeiro triunfo no Estadual."Nunca tivemos dúvidas da qualidade do nosso elenco. Perdemos a última partida [3 a 1 para o Rio Branco], mas sabíamos de nossas possibilidades de reverter isso. E agora, nada como uma vitória no clássico para comprovar isso", desabafou o goleiro Alexandre Cajuru, um dos destaques da partida, após o apito final.

Do lado do Paraná, restou o lamento pela falha individual que sacramentou o placar do primeiro clássico do ano e a primeira derrota do time na competição. "Clássico é assim, uma bobeira e o placar se define. Eles tiveram o pênalti e fizeram o gol. A gente tentou até o fim, mas mesmo que a gente tenha atacado muito, não foi suficiente", lamentou o atacante Rodrigo Tosi, que substitui o lateral-direito Netinho ainda na etapa inicial.

Os tricolores ainda reclamaram bastante do trio de arbitragem. Na etapa inicial, o time teve dois gols anulados. No intervalo, no túnel que conduz aos vestiários, o supervisor de futebol do clube, Fernando Leite, precisou ser contido por seguranças ao partir para cima do árbitro e auxiliares.

Os dois lances reclamados, entretanto, tiveram irregularidades bem anotadas: no primeiro, logo aos dois minutos, o zagueiro Cleiton estava impedido após cruzamento de Lúcio Flávio. Carlinhos pegou o rebote da jogada e fez o gol. Antes da conclusão, porém, o impedimento já estava assinalado. No segundo, aos 48 da primeira etapa, Tosi recebeu cruzamento de Rossi e cabeceou para as redes. Novamente, porém, o impedimento do atacante foi bem apontado pelo auxiliar Weber Felipe da Silva.

Evolução

Mesmo após a vitória no clássico, o técnico Marcelo Vilhena acredita que o Atlético ainda está longe do seu ideal. Para o treinador, a equipe alcançará seu melhor condicionamento físico e tático no clássico contra o Coritiba, dia 22 de fevereiro. "O resultado foi excelente, em um jogo difícil, um clássico na Arena. Mas temos ainda muito para crescer", disse.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]