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Para o lateral Zuñiga, a seleção passou a unir diversão com responsabilidade com a chegada de José Pekerman | Marius Becker/ EFE
Para o lateral Zuñiga, a seleção passou a unir diversão com responsabilidade com a chegada de José Pekerman| Foto: Marius Becker/ EFE

Dicas para vencer a Colômbia

Impor respeito: O Brasil está em casa e tem jogadores mais experientes. Precisa controlar a partida e não deixar o bom time colombiano crescer. Se for apenas na bola que as duas seleções jogaram até agora, a coisa complica...

Jogar bola: O controle do jogo tem de ser na bola: marcação forte, time solto para criar e agressivo ao atacar. Tentar ganhar fora de campo, pressionando a arbitragem, por exemplo, só vai deixar a seleção ainda mais tensa.

Bola no Neymar: O craque decidiu contra Croácia e Camarões. Não conseguiu brilhar diante de México e Chile e o Brasil amargou empates. Apenas uma jogada individual pode ser a diferença entre a classificação e a eliminação.

Pra cima do Yepes: Um bom caminho para Neymar e os demais atacantes é o zagueirão de 38 anos. É muito técnico e usa a experiência para se posicionar bem, porém já não tem agilidade para ganhar duelos mano a mano.

Grudar no James: O camisa 10 colombiano tem números melhores do que Neymar na Copa: 5 gols, 2 assistências e 14 chutes no gol em 15. Não deixá-lo jogar é missão especialmente para Fernandinho, Paulinho e Daniel Alves.

Não esquecer o Cuadrado: Concentrar toda a atenção em James Rodríguez e deixar o camisa 11 solto será um grande erro. É o líder em assistências na Copa (quatro). Mais trabalho para os volantes e também para o lateral Marcelo.

Mexer no time: Felipão precisa considerar alternativas táticas para mudar o curso dos jogos. Colocar um meia de organização (Willian ou Hernanes), trocar um centroavante por um meia e avançar Neymar, jogar com apenas um volante...

Antes da Copa, o retrospecto da Colômbia em Mundiais era insignificante. Quatro participações, três vitórias e, como auge, apenas uma simples classificação às oitavas de final. No Brasil, os Cafeteros deixaram 36 anos de história para trás. Invicto com quatro triunfos – mais do que nos torneios de 1962, 1990, 1994 e 1998 juntos –, o time de José Pekerman vai para o tudo ou nada com o pentacampeão Brasil hoje, às 17 h, no Castelão.

"Não podemos ignorar o passado e a história de cada um. A tradição tem seu peso, mas não quer dizer que um time vai ganhar a partida pelo que já passou", fala o treinador argentino. "Sabemos que é um rival difícil, de altíssimo nível, mas ao mesmo tempo estamos preparados para desfrutar, com responsabilidade, desse jogo", completa.

A fase vivida pelos colombianos é a melhor de todos os tempos. A seleção brasileira, por outro lado, passa por momento de extrema turbulência emocional, além da cobrança fora do comum por jogar em casa. Para piorar, o futebol bem jogado que tanto inspirou os colombianos parece ter trocado de lado.

"[O Brasil] é um time que não tem jogo coletivo, não elabora as jogadas. Aposta tudo na individualidade de Neymar – que sem dúvida é extraordinário –, mas não pode ser só isso", opina Francisco Maturana, técnico da famosa geração de Asprilla, Rincón e Valderrama.

Aquela equipe até possuía mais talento individual em comparação à atual. Após quebrar a barreira da primeira fase no Mundial da Itália, em 1990, no entanto, tombou inesperadamente nos EUA, quatro anos depois. Como reflexo, um hiato de 12 anos e três edições sem conseguir classificação para o torneio da Fifa.

A experiência da Colômbia de Pekerman é talvez o maior diferencial. Entre os 23 convocados, somente três atuam na Liga Postobon, o Campeonato Colombiano. Bem diferente de 20 anos atrás, quando a maioria ainda jogava em clubes locais e não sabia se como encarar os duelos mais importantes.

O capitão Yepes, de 38 anos, passou quase toda a carreira na Itália, por exemplo. Zapata, seu parceiro de zaga, jogou com ele no Milan. O meia Cuadrado é da Fiorentina. Já o lateral-esquerdo Armero, líder das comemorações coreografadas, defende o inglês West Ham. "Não viemos para nos divertir, mas para dar tudo de nós e buscar a glória", diz.

"Estamos fazendo história", concorda James Rodríguez, artilheiro do Mundial com cinco gols. Nos pés do meia de 22 anos estão as maiores chances de os Cafeteros não terminarem sua biografia por aqui.

Técnico levou confiança à ginga do futebol colombiano

Estrangeiro na terra do Café, o argentino José Pekerman precisou entender a fundo o espírito colombiano para montar a seleção que disputa hoje, às 17 horas, no Castelão, uma vaga na semifinal do Mundial. A ginga e o futebol ofensivo estão enraizados na cultura futebolística do país, assim como no rival Brasil. A união desse talento com uma grande dose de autoconfiança moldou os adversários de Neymar e companhia nesta tarde.

"O técnico nos ajudou muito a aprender a jogar em qualquer lugar. Colocou na nossa cabeça que somos bons e que cada um de nós tem qualidade. Que somos colombianos e os colombianos se divertem com a bola, mas com muita responsabilidade. E isso se reflete fundamentalmente nos nossos resultados", revela o lateral-direito Zuñiga, titular do italiano Napoli.

Com o treinador desde 2012, a Colômbia alcançou metas importantes. Segunda colocada nas Eliminatórias Sul-Americanas – atrás apenas da Argentina –, voltou à Copa após 12 anos. No torneio, mostrou um futebol envolvente e venceu todos os jogos. Está nas quartas de final de forma inédita. Já ganhou o rótulo de melhor da história. E sonha em ir além.

"Temos talento, trabalho e convicção para jogar no nível dos melhores do mundo. Seguimos avançando e aprendendo, mas ainda nos falta muito. Nossos jogadores dão um exemplo de humildade. Sei que não vão se conformar com o que conquistamos até aqui e espero que mantenham a mesma postura", elogiou o comandante, que deve continuar nos Cafeteros após o torneio.

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