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Na cabeça do técnico Alejandro Sabella, Lucas Biglia, 28, é o substituto natural de Javier Mascherano na seleção. Mas o volante pode ser obrigado a entrar na vaga de Fernando Gago contra a Bélgica, pelas quartas de final. Esta é uma das mudanças que o técnico pode fazer na equipe para a partida deste sábado (5), em Brasília.

"Eu jogo em qualquer uma das duas", já avisou o possível substituto, se referindo às duas vagas na cabeça de área.

Ele entrou na prorrogação contra a Suíça, apenas para dar mais fôlego ao meio-campo. As atuações de Gago até agora no Mundial têm decepcionado. Ele também ainda sente os efeitos de lesão no joelho esquerdo sofrida pelo Boca Juniors, no início de maio.

Sabella sabe que com o afunilamento do torneio, a margem para erro é muito pequena. Biglia pode oferecer mais proteção à zaga, um apoio para Mascherano, sobrecarregado na marcação e ainda conseguir fazer a bola chegar a Di María nas pontas ou a Messi no ataque.

"A primeira defesa começa nos atacantes e o primeiro ataque começa com a defesa. Se o atacante faz uma boa pressão, os zagueiros podem ganhar a bola mais facilmente", opina o jogador revelado pelo Argentino Juniors, de Buenos Aires.

Biglia pode até se assustar se for chamado às armas pelo treinador. Não vai se assustar. Pelo menos não vai chegar nem perto quando foi convocado pela primeira vez para a seleção. Sergio Batista o chamou para um amistoso contra Portugal, em fevereiro de 2011. Ficou tão nervoso que desligou o telefone na cara do técnico.

"Não acreditava no que estava acontecendo. Fiquei esperando ele me ligar de novo. Eu disse que havia desligado sem querer", se diverte hoje em dia.

A carreira de Biglia é marcada pela regularidade e paciência. Passou seis anos pedindo para o Anderlecht (BEL) o negociar com clubes de outros países europeus. As solicitações foram sempre negadas, até que apareceu a Lazio no ano passado.

Ele se mudou para a Bélgica aos 20 anos. Ao contrário de outros jogadores argentinos, não levou amigos para morar junto. Nem os pais, namorada. Ninguém. Foi sozinho e sem falar francês, alemão e muito menos o neerlandês, as três línguas nacionais do país que enfrenta a Argentina nas quartas de final.

"Lucas tem personalidade e sabe executar diferentes funções", elogia Sabella.Essa é sua vantagem para conseguir uma vaga na equipe. A Argentina tem muitos solistas. Precisa de mais um carregador de piano no meio. Não à toa, seu modelo ideal de jogador é Xabi Alonso, do Real Madrid e da seleção espanhola. Justamente o que a Argentina precisa contras os belgas.

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