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Sétimo colocado com 57 pontos e na porta da Copa Sul-Americana. Nem mesmo a melhor campanha desde a quinta posição na Copa João Havelange (2000) salvou o Paraná de se encontrar com a crise neste Brasileiro.

Tudo começou no sábado, na derrota por 2 a 0 para o Botafogo, no Rio de Janeiro. Visivelmente irritado com o aproveitamento de seus homens de frente, o técnico Luiz Carlos Barbieri chegou a jogar o boné no chão após um contra-ataque desperdiçado pelo time. Em seguida, num gesto extremo captado pelos microfones da televisão, foi flagrado chamando o artilheiro Borges de fominha.

No vestiário, sob o efeito do gol de Juca que selou o triunfo alvinegro aos 41 minutos do segundo tempo, o goleiro Flávio também reclamou das chances desperdiçadas pelos atacantes.

A discórdia estava plantada. Ainda na Arena Petrobrás, o meia Sandro criticou, em entrevista à Rádio Banda B, o excesso de "instruções" do comandante. "Perdi a concentração e com isso o meu rendimento caiu", disse.

Ontem à tarde, na reapresentação do elenco na Vila Capanema, foi a vez de Borges desabafar. O vice-artilheiro do Campeonato Brasileiro, com 19 gols, normalmente avesso aos discursos que não sigam a linha do politicamente correto, não poupou ninguém. Sem citar nomes, o camisa 9 extravasou.

"Fiquei chateado com algumas coisas que aconteceram dentro do grupo. Ninguém é só amor, amor, amor... Contra o Botafogo eu joguei da mesma maneira que venho fazendo o campeonato todo. É o meu jeito", afirmou. "Me cobram pelo gol que eu errei, mas eu não tenho 50 olhos para perceber um companheiro melhor posicionado. Se eu faço o gol, sou craque. Quando erro, viro egoísta, individualista e fominha", completou ele, que, com diversas propostas da Europa, não deve continuar no Tricolor na próxima temporada.

Borges aproveitou ainda para desmentir os boatos de que esteja pensando mais em alcançar Robgol (21 gols) na artilharia do Nacional, o que valorizaria uma transferência no fim do ano, do que sucesso do Paraná. "Não tem nada disso."

Depois de ficar por mais de 50 minutos reunido com os jogadores no centro de campo, Barbieri abrandou o tom. "Eu me excedi. Achei que estava muito fácil pra gente fazer o resultado e por isso cobrei de mais. Não houve individualismo. Apenas tivemos ansiedade para fazer o gol. Está tudo tranqüilo", explicou.

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