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Melbourne (AE) – A tripulação do veleiro Brasil 1, representante do País na regata Volta ao Mundo, vive momentos de expectativas nas docas de Melbourne, na Austrália. Depois de enfrentar dois problemas na segunda etapa da competição – uma rachadura no convés e a quebra do mastro –, o barco está sendo remontado para voltar a velejar na regata costeira, que tem largada marcada para a madrugada de amanhã, no horário de Brasília.

O veleiro percorreu mais de 4 mil quilômetros, a bordo de uma carreta, para chegar a tempo, cruzando o deserto australiano. A operação deu origem ao apelido de "Rainha do Deserto" para o Brasil 1, o que não agradou muito a tripulação, que preferia terminar a perna velejando.

"Se houvesse mais tempo, nós, mesmo com a mastreação de fortuna (armação utilizada em emergência), viríamos navegando. Mas aí colocaria em risco a continuidade da prova. Todos aqui reconhecem o esforço que fizemos, mas papai do céu não quis e tivemos de vir de caminhão", justificou o medalhista olímpico Torben Grael, comandante da equipe.

Trabalho duro

Torben faz questão de ressaltar que a equipe que trabalha em terra está fazendo sua parte de forma impecável e que ele vai se esforçar, ao máximo, para conseguir bons resultados no restante da prova. Porém o comandante reconhece que os outros veleiros levam vantagem. "Enquanto as outras tripulações estão descansadas e treinando, nós estamos correndo para conseguir montar o barco". Segundo o bicampeão olímpico da Classe Star, se o Brasil 1 ficar pronto, será apenas momentos antes da disputa da regata In Shore.

Homenagem a Bochecha

Durante a cerimônia de premiação referente à segunda etapa, entre a Cidade do Cabo (África do Sul) e Melbourne (Austrália), os brasileiros tiveram destaque e receberam duas menções. Um prêmio por terem produzido e transmitido as melhores imagens da perna à bordo do veleiro e um troféu de bravura no mar, entregue ao timoneiro André Fonseca, que mergulhou nas geladas águas dos mares do sul para recuperar peças importantes, quando o mastro quebrou.

"Quando ocorreu o incidente, as condições de mar e de vento eram favoráveis e a água limpíssima facilitou o trabalho, apesar da temperatura de 11 graus", disse André, que além de timoneiro e regulador de vela exerce a função de mergulhador no barco brasileiro.

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