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Königstein, Alemanha – A seleção começa na terça-feira uma caminhada que possivelmente irá confrontar números e sentimentos. Se vencer o Mundial da Alemanha, o atual time vai superar nas estatísticas de Copa a geração de ouro do futebol brasileiro. Assim como deve agravar a polêmica de qual teria sido a melhor safra.

"É importante fazer parte dessa história. Caso conquistemos esse título, viríamos a coroar esse momento especial. Ficamos 24 anos sem ganhar o torneio (após 70). Uma incongruência para nós. Um triunfo agora confirmaria todo o peso da história que tem nossa camisa", anuncia Parreira.

Com o sucesso no torneio da Fifa, que começou na sexta, o grupo liderado por Ronaldo se igualaria em número de conquistas com os heróis da Jules Rimet – chegariam também a três troféus em quatro disputas.

Mas no deslize de cada time surge a diferença. Na única queda daqueles que buscam o hexa, viu-se o vice-campeonato em 1998. Enquanto os antepassados amargam a segunda pior participação do país no evento, sendo eliminados na primeira fase de 66 – em 34, o Brasil foi o 14.º.

Já nos números gerais (entre amistosos e competições menores), a disputa não deixa margem a dúvidas – e coloca o período romântico em posto soberano. Entre 1958, campeão na Suécia, até o tri no México, o país disputou 170 jogos, venceu 121 deles, empatou 23 e perdeu apenas 26. Um espetacular aproveitamento de 75,69%.

Na fase que começa em 1994, com o tetra nos EUA, houve 202 partidas, 132 triunfos, 46 empates e 24 tropeços, com 72,9% de eficiência – levando em conta mais sete sucessos (o suficiente para faturar novamente a Taça Fifa) alcançaria 73,8%.

Porém no quesito bola na rede, a coisa muda. O grupo de quase 50 anos atrás marcou nesse espaço de tempo 436 gols (88 feitos por Pelé) e levou 191. A geração de hoje contabiliza 470 gols (67 de Ronaldo) assinalados e 165 sofridos.

O Atleta do Século, símbolo da época até aqui mais gloriosa, chegou a declarar que a equipe de 70 ganharia em campo um hipotético duelo entre as duas gerações. A frase requentou toda a rivalidade.

Cafu rebateu: "São 36 anos de diferença e não se pode fazer uma comparação dessas. Ele tinha de usar as palavras para incentivar a seleção. Venci em 2002, mas nunca falei que a minha alegria era melhor que a de qualquer outra. O nosso grandioso Pelé foi muito infeliz."

E seguiu o capitão, em busca do feito de disputar a quarta decisão do torneio e ser o único jogador a ter a honra de levantar o troféu duas vezes. "É importante que o Brasil ganhe esse título, pois será uma coisa grandiosa para todos os brasileiros, não apenas para nossas carreiras", destacou, na base da diplomacia.

Roberto Carlos acabou sendo mais ácido – dando o tom de como será o bate-boca no caso de nova volta olímpica no dia 9 de julho, em Berlim. "O Cafu tem uma trajetória na seleção até melhor que a do Pelé. Às vezes, por ser defensor, não se reconhece tanto isso", afirmou o lateral-esquerdo.

Ainda tem mais. Para apimentar o choque entre passado e presente, não se pode esquecer o tenso confronto pessoal entre Ronaldo e o Rei do futebol. Ambos fizeram 12 gols em Mundiais. O Fenômeno pode então se tornar o maior artilheiro do país na competição. "O importante é o grupo", esquiva-se o camisa 9.

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