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O brasileiro Marcelo Simões em manobra pouco antes da queda em Brasília | Marcelo Maragni/ Red Bul
O brasileiro Marcelo Simões em manobra pouco antes da queda em Brasília| Foto: Marcelo Maragni/ Red Bul

A competição

Cinco critérios definem o vencedor

Os melhores da sessão classificatória de ontem não participam da primeira rodada da prova de hoje – estão automaticamente na segunda. Os seis últimos disputam uma repescagem, que classifica mais dois motociclistas às quartas de final. A segunda rodada já é em duelo "mata-mata" – um contra o outro – e assim segue até serem definidos os dois finalistas. Cinco juízes avaliam o desempenho de cada piloto.

Um deles é o árbitro principal. Os critérios de avaliação são variedade [de manobras], desafio e execução, forma e fluxo, uso do circuito e energia, animação e divertimento. No total, são 18 manobras que reúnem força, habilidade, concentração e uma elevada dose de coragem e ousadia. (AB)

  • Imagens do salto de Joaninha

Brasília - "Uma longa pista de terra, cheia de obstáculos enormes e rampas de metal dentro da Esplanada dos Ministérios é o sonho de qualquer piloto". São palavras de Marcelo Simões. O paulistano de 27 anos foi um dos quatro brasileiros que lutaram ontem pela única vaga do país na etapa de Brasília do Red Bull X Fighters, competição de motocross estilo livre.

A afirmação na verdade foi um desabafo. Motociclista profissional desde 2007, ele diz acreditar que o Brasil carece de competições da modalidade livre, pistas adequadas e incentivo fi­­nan­­ceiro. As exceções são eventos como o de hoje à noite, na ca­­pital federal, com a Esplanada dos Ministérios como plano de fundo. "É muito pouco. Os caras lá fora [do país] têm toda a estrutura. Estão anos à frente", admite.

Sem campeonatos locais, Simões rala mesmo na pista que projetou em Herculândia, no interior de São Paulo. "Tenho uma rampa de metal e uma pedaço de terra. E só", descreve o piloto, que sofreu uma queda durante a classificação.

O "circuito" do brasileiro não chega nem perto da estrutura armada no centro político do país, ou das famosas pistas dos X-Games – evento de esportes radicais dos Estados Unidos. "É uma pista muito técnica essa de Brasília. Tem vários obstáculos e é variada. Difícil para quem treina no quintal de casa", avalia o estreante na competição, realizada pela última vez no Brasil em 2008, no Rio de Janeiro.

A adaptação ao terreno, de fato, fez a diferença. Gilmar Flo­­res, o Joaninha, levou a me­­lhor na seletiva brasileira, garantindo lugar entre os 12 competidores de amanhã. O mato-grossense é o único, entre os poucos mais de 20 profissionais do país – apenas o estado norte-americano da Califórnia tem mais de 20 mil adeptos –, que se aproxima do nível do espanhol Dany Tor­­res, vencedor da primeira etapa do campeonato em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, ou do campeão da temporada passada, o norte-americano Nate Adams, o "Destruidor".

"Estou feliz só por ter conseguido andar na pista. Aqui subimos 12 metros de altura. São quatro metros de rampa e mais oito no ar. Em exibições nacionais temos, no máximo, rampas de dois metros e meio. É uma diferença absurda" compara Joaninha.

Ele procura copiar os movimentos arriscados, mas já consolidados pelos estrangeiros, como o "dead body trip". Na manobra insana, de dificuldade 9 – na escala de 0 a 10 –, o piloto projeta o corpo na parte frontal da moto, segurando o guidão e mantendo o corpo paralelo a ela. Além dele e Simão, participaram da seletiva local os paulistas Fred Kyrillos e Jeff Campacci.O jornalista viajou a convite da organização.

Ao vivo

Red Bull X Fighters, às 18h30, no SporTV 2.

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