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A armadora esquerda Duda arremessa para o gol: Brasil vence Argentina com boa margem no placar | Jefferson Bernardes / Vipcomm
A armadora esquerda Duda arremessa para o gol: Brasil vence Argentina com boa margem no placar| Foto: Jefferson Bernardes / Vipcomm
  • A central Ana Paula cobra tiro livre na vitória do Brasil sobre a Argentina

Um perfil europeu, um ouro americano e uma vaga olímpica. A seleção brasileira de handebol feminino confirmou, assim, o favoritismo e venceu a Argentina na final dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara neste domingo (23). Assim alcançou o tetracampeonato na competição e seu primeiro grande objetivo: a presença da equipe nacional na Olimpíada de Londres, 2012.

O Brasil venceu as argentinas por 33 a 15, em um confronto entre o estilo latino e o europeu de jogo. Das 15 atletas convocadas para o Brasil, 13 atuam na Europa, sendo oito no time austríaco Hypo, produzindo um jogo muito mais próximo do modelo do Velho Mundo. "É um jogo mais veloz, de contra-ataque e maior marcação na defesa que o latino", explica a central May, natural de Arapongas, que joga no handebol francês.

A cara de "legião estrangeira" estende-se ao comando técnico, sob responsabilidade do dinamarquês Morten Soubak, que tinha como primeira obrigação levar o time à Olimpíada. "A diferença entre o handebol da América e o europeu está no investimento. Lá, as crianças começam a jogar muito novas, então é mais fácil adaptar os diferentes tipos de jogo, o que não acontece por aqui", explica Soubak.

Missão cumprida, agora, terá de fazer o time fazer a lição em casa: o próximo compromisso do Brasil é no Campeonato Mundial, em dezembro, em que o país será anfitrião.

"Queremos mostrar nosso handebol para os brasileiro, mostrar nossa evolução e que podemos mais", declarou a goleira Chana, que chegou ao tricampeonato em Pans. Em 2009, na China, o Brasil ficou em 15º lugar, atrás do país-sede e 13 países do Velho Continente.

"Essa vitória é muito emocionante, especialmente para quem está chegando à seleção", afirma May, que está na lista de estreantes de topo de pódio pan-americano. Mas, a contar das lágrimas de Chana e da vibração de Dara, para a veteranas, o título foi tão especial quanto.

Em seguida, a preparação é visando a subida de degraus em Londres, nos Jogos Olímpicos. Em Pequim, o time ficou em 9º lugar, caindo dois postos em relação ao seu melhor desempenho histórico, a sétima posição dos Jogos de Atenas (2004). O limite é ousado por parte do treinador. "Queremos mostrar uma boa evolução e sinto que esse grupo está pronto para isso. Vamos primeiro tentar a classificação e depois é mata-mata. Vamos para a olimpíada por medalha. É um sonho, é muito difícil, mas é para isso que vamos", diz Soubak.

Apesar de chegarem ao México como principais candidatas ao topo do pódio, a equipe brasileira deu à competição status de batalha: fez treinamento na Áustria, jogou contra os principais times do país, abriu mão do clima de confraternização da Vila Pan-Americana para se concentrarem em um hotel mais próximo do ginásio do Parque São Rafael, diminuindo o desgaste dos cinco jogos em nove dias.

O tetracampeonato foi conquistado com facilidade. Em um jogo agressivo de lado a lado, as brasileiras foram muito mais ofensivas, fechando o primeiro tempo com dez gols de vantagem, em 15 a 5. Os três primeiros gols das hermanas foram em cobranças de pênalti. Apenas duas vezes Bibiana e Antonela marcaram com a bola em jogo. Já a ponta direita Alê marcou seis vezes e armadora esquerda Duda, quatro.

No segundo tempo, as argentinas retornaram mais eficientes e mais fortes na marcação, contando com boas defesas da goleira Silvina. Mas, desperdiçando os contra-ataques e parando na muralha Chana permitindo ao Brasil ampliar o placar. Alê foi a artilheira da decisão, com 8 gols gols.

Esta é a segunda final vencida sobre a Argentina em Pans. A primeira foi em Santo Domingo (2003). A capitã Dara estava naquele grupo, assim como a goleira Chana. No Rio (2007), o ouro foi disputado contra Cuba, em uma vitória por 30 a 17. O primeiro título foi há 12 anos, em Winnipeg (1999), sobre o Canadá.

Em toda a competição, as brasileiras marcaram 201 e sofreram 70 e chegou invicto ao tetracampeonato. Antes da final, venceu Estados Unidos, Uruguai e República Dominicana na primeira fase, e o México, na semifinal.

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