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 | Francois Lenoir/ Reuters
| Foto: Francois Lenoir/ Reuters

11 gols

Autora do quarto gol na vitória sobre Camarões, a atacante brasileira Cristiane (foto) se tornou a maior goleadora da história dos Jogos Olímpicos. Ela anotou seu 11º gol na competição e superou a alemã Prinz, que fez dez gols em Olimpíadas. Cristiane fez parte da seleção brasileira nas duas últimas edições (Atenas e Pequim), quando conquistou a medalha de prata em ambas. Em cada uma delas, a jogadora marcou cinco gols.

Organização

Gafe com bandeira irrita a Coreia do Norte

A seleção feminina de futebol da Coreia do Norte ameaçou não entrar em campo ontem, contra a Colômbia, pelo Grupo G. O motivo da "greve" foi a primeira gafe da organização dos Jogos Olímpicos de Londres. Na apresentação das jogadoras feita nos telões do Hampden Park, em Glasgow (Escócia), a bandeira exibida era, equivocadamente, a da rival Coreia do Sul. Os ingleses pediram desculpas formais pela mancada, mas a partida só foi começar mesmo 1h07 depois do horário previsto. Em campo, as norte-coreanas "revidaram a infâmia" vencendo por 2 a 0, com gols de Song Hui Kim. No sábado, a Coreia do Norte pega a França, enquanto a Colômbia tenta superar o favoritismo dos EUA.

Desinteresse

Futebol encalha 1 milhão de ingressos

Um encalhe gigantesco de ingressos atingiu o futebol na Olimpíada. Cerca de um milhão de entradas para a modalidade não foram compradas. Destas, em torno de 500 mil ainda estão disponíveis. A outra metade foi retirada de circulação.

Essa baixa procura já pôde ser conferida ontem, na primeira rodada da disputa feminina, mas que passou a levantar suspeitas. O Comitê Organizador divulgou um público total de 87.605 pessoas para as quatro partidas realizadas – média de 21.901 por jogo. A presença dos torcedores em Cardiff, no entanto, não refletiu os números anunciados.

A estreia da Grã-Bretanha contra a Nova Zelândia (1 a 0) contou com 24.549 pessoas no Millennium Stadium, com capacidade para 75 mil. Mais tarde, o Brasil enfrentou Camarões (5 a 0) para cerca de um quarto disso – o comparecimento informado foi de 30.847 torcedores.

E mesmo que os dados sejam confiáveis, há outro problema: as crianças formavam boa parte dos presentes – a divisão exata não foi revelada. Reflexo da decisão da organização de distribuir tíquetes para escolas públicas. (AP)

A bola mal havia rolado e os galeses já torciam compadecidos por Camarões. Do outro lado, estava o Brasil, favorito ao ouro e com dois gols de vantagem em apenas nove minutos. Mas nem o apoio local inesperado ajudou as africanas. Ao fim da estreia das duas equipes, 5 a 0 para o Brasil, ontem, em Cardiff, no País de Gales.

Goleada previsível ante um adversário que, por pouco, não ficou de fora do evento. Nas eliminatórias, as "Leoas indomáveis" perderam por 2 a 0 para Guiné Equatorial. A rival, no entanto, acabou desclassifica por ter escalado uma jogadora irregular. Punição que recolocou as camaronesas no caminho dos Jogos.

"Uma partida de estreia é sempre complicada, mas conseguimos simplificar tudo com os dois primeiros gols, que marcamos rapidamente", comentou o técnico brasileiro Jorge Barcellos, ao término do embate, jogado sob forte calor e um público pequeno.

Além do baile, a partida marcou o recorde pessoal de Cristiane. A atacante iniciou no banco de reservas e entrou na etapa final para fazer história. Ao anotar o quarto gol canarinho, tornou-se a maior artilheira das Olimpíadas, com 11 bolas na rede – os outros tentos foram marcados por Marta (dois), Renata Costa e Francielle.

"Estou muito feliz [pelo recorde]. Passei por uma má fase, quase fui cortada porque vinha de contusão, mas voltei com tudo", declarou Cristiane.

A moleza serviu como aquecimento, mas tem data e hora para terminar. No próximo sábado, o Brasil encara a Nova Ze­­lândia, às 10h30 (horário de Brasília), novamente no Millennium Stadium.

Um oponente considerado bem mais difícil. "É uma equipe forte. Perdeu só de 1 a 0 para a Grã-Bretanha e quase empatou. Mas é a gente que tem de fazer ficar fácil dentro de campo. Temos de pôr os pés no chão e não podemos ficar satisfeitas porque o objetivo é o ouro", avaliou Marta.

Principal destaque verde e amarelo, eleita cinco vezes a melhor do mundo pela Fifa, Marta teve atuação discreta – apesar dos dois gols, um deles cobrando pênalti. O suficiente para arrancar aplausos da plateia por diversas vezes durante todo o confronto. "Os gols saíram devido à nossa persistência, treinamos bastante as jogadas de bola parada e fomos bem nas finalizações. Quando conseguimos colocar em prática o que fazemos no treino é isso que acontece", comemorou a estrela da equipe.

A camisa 10 segue como a principal esperança na campanha para levar o Brasil, finalmente, ao lugar mais alto do pódio. Nas duas edições anteriores da Olimpíada, a equipe amargou a prata, derrotada pelos Estados Unidos.

E, como de costume, a conquista de uma medalha dourada é vista como oportunidade para melhorar o esporte no país, disputado em cenário praticamente amador.

O jogo

A seleção brasileira não brilhou, mas abriu logo o placar, ganhando tranquilidade na estreia. Com três gols de bola parada e a entrada de Cristiane na etapa final, a goleada foi inevitável – até porque Camarões mostrou ser uma equipe muito limitada.

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