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| Foto: Divulgação/ UFC

No dia 14 de novembro de 2009, Wagner Prado era apenas um sujeito de 1,83 m vestido de drag queen, pagando mico em um programa de auditório em rede nacional. O mico era justificado. Para ter seu Maverick 1975 – uma de suas duas paixões – completamente reformado, o paulista participava do quadro Lata Velha, do Caldeirão do Huck, e precisava encenar um trecho do filme "Priscila, Rainha do Deserto" para completar o desafio.

O porte físico avantajado de Wagner não deixava esconder sua outra paixão, descrita na carta que a mãe tinha enviado ao programa da Rede Globo: o MMA (artes marciais mistas). No final do quadro, veio a surpresa. Rodrigo Minotauro, uma das lendas do esporte, entrou no palco e fez o convite para que Wagner passasse e treinar com a equipe Team Nogueira, no Rio de Janeiro.

"Ter participado do programa me ajudou muito. A galera já nessa época começou a ver o MMA com outros olhos. Eu era um cara tranquilo, meio gordinho, e era lutador de MMA. Eu já consegui meu público ali. De certa forma, o programa me deu a chance de mostrar quem eu sou, meu carisma", contou o lutador, que esteve em Curitiba nessa semana para divulgar uma marca de roupas, à Gazeta do Povo.

No dia 4 de agosto de 2012 – pouco menos de três anos depois de sua primeira performance televisiva – Wagner Prado já estreava no UFC. Entre o nome e o sobrenome, apareceu o apelido: Caldeirão."A minha vida deu uma reviravolta em pouco tempo. Desde quando eu fui para o Caldeirão do Huck, conheci os irmãos Nogueira, eu já comecei a treinar para o UFC", disse, revelando a velocidade de sua ascensão.

Caldeirão chegou à elite do esporte com apenas oito lutas profissionais, sete delas vencidas por nocaute. Menos de uma semana depois de superar um rival em 20 segundos, num evento em São Paulo, ele já teria de preocupar em tirar o passaporte para a estreia em Los Angeles, há duas semanas.

A luta, no entanto, foi curta e acabou antes do fim do primeiro round. Com um golpe involuntário, o americano Phil Davis arranhou a região próxima ao olho direito do brasileiro e os juízes decretaram um No Contest (sem resultado). Desesperado, Wagner literalmente urrou em protesto - cena que chamou a atenção do público.

"Eu estava treinado de uma forma que não me importava tanto ganhar ou perder. Eu fiquei frustrado e tive aquela reação por ter me preparado tanto e não poder mostrar todo o meu potencial", explicou o meio-pesado (até 93 kg).

A nova luta contra Davis ainda não tem data marcada, já que o brasileiro ainda depende da liberação do médico para retornar ao octógono. Os poucos segundos no UFC, porém, serviram para o lutador ter uma noção de onde ele pode chegar.

"Não é nada fora do normal. É todo mundo de carne e osso que nem eu, todo mundo pode ser nocauteado, todo mundo pode perder. Eu imaginava que o Davis era um gigante, mas depois que eu fiquei do lado dele, eu vi que nem tanto. Ele não é tão diferente. Eu conseguiria nocautear", fechou Caldeirão.

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